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Edward Snowden diz que quer voltar aos EUA, mas com "julgamento justo"

Edward Snowden, 30, ex-técnico da CIA que trabalhou como consultor da Agência Nacional de Inteligência (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, assumiu a responsabilidade pelos recentes vazamentos sobre a espionagem americana, conforme divulgou neste domingo (9) o jornal britânico "The Guardian" - Ewen MacAskill/The Guardian/AP
Edward Snowden, 30, ex-técnico da CIA que trabalhou como consultor da Agência Nacional de Inteligência (NSA, na sigla em inglês) dos Estados Unidos, assumiu a responsabilidade pelos recentes vazamentos sobre a espionagem americana, conforme divulgou neste domingo (9) o jornal britânico "The Guardian" Imagem: Ewen MacAskill/The Guardian/AP

16/09/2019 14h06

O informante americano Edward Snowden, refugiado na Rússia depois ter denunciado a vigilância maciça por parte dos Estados Unidos, disse que gostaria de voltar a seu país, mas quer um "julgamento justo", segundo uma entrevista divulgada nesta segunda-feira pela rede CBS.

"Gostaria de voltar aos Estados Unidos, é meu principal objetivo, mas não vou passar o resto da minha vida na prisão", declarou. "Tenho uma reivindicação de base sobre a qual temos que nos colocar de acordo: que é a de um julgamento justo".

Empregado na agência americana de inteligência NSA, Snowden revelou em 2013 a existência de um sistema de vigilância mundial de comunicações e de internet.

Enquanto que seus defensores o elogiam por defender a privacidade, os Estados Unidos o acusam de espionagem, roubo de segredos de Estado e pôr em risco a segurança nacional.

Ele se refugiou em 2013 na Rússia, onde seu visto de residência foi renovado até 2020.

"Não estou pedindo perdão. Não estou pedindo um passe", disse. E acusou as autoridades americanas de prever "um julgamento de outro tipo" com "procedimentos especiais".

"Não querem que o juri considere as motivações que me incentivaram a agir (...) Apenas querem que analise se minhas ações foram legais ou ilegais, e não se foram justas ou ruins", lamentou.

"Não é difícil construir um terreno para dizer que violei a lei", reconheceu Snowden. Mas segundo ele "isso é o menos interessante" e os juízes deveriam se perguntar sobre as consequências de suas ações: "Beneficiaram ou afetaram os Estados Unidos?"

Snowden publicará em 17 de setembro suas memórias em cerca de vinte países, entre eles Estados Unidos, França, Alemanha, Reino Unido, Brasil e Taiwan.

O livro, intitulado "Permanent Record" (Registro permanente), será publicado no mundo todo pela Macmillan Publishers.