Piñera se desculpa por incapacidade para antecipar crise social no Chile
O presidente do Chile, Sebastián Piñera, pediu desculpas na noite desta terça-feira (22) por sua falta de visão para antecipar a crise social que atinge seu governo há cinco dias, e que já deixou 15 mortos.
"Reconheço essa falta de visão e peço desculpas aos meus compatriotas", disse o presidente em uma mensagem ao país no Palácio Presidencial de La Moneda, num momento em que os maiores protestos sociais em décadas não estão diminuindo de intensidade em todo o país.
No discurso à nação, Piñera apresentou um pacote de medidas sociais que inclui um aumento de 20% na aposentadoria básica, e o congelamento das tarifas de energia elétrica.
"Diante das necessidades legítimas e das demandas sociais dos cidadãos, recebemos com humildade e clareza a mensagem que os chilenos nos deram", disse o chefe de Estado em um pronunciamento que deu uma virada radical no tom de confronto com os manifestantes dos últimos dias e que havia elevado o clima de tensão nas ruas do país.
As manifestações começaram devido ao aumento do preço da tarifa do metrô em Santiago, mas derivaram em um movimento maior que põe sobre a mesa outras demandas sociais.
O Exército anunciou o toque de recolher pelo quarto dia em Santiago, em meio a protestos que já deixaram 15 mortos, quatro deles por balas disparadas pelas forças de segurança. As outras vítimas morreram em meio a incêndios e saques, de acordo com a Promotoria. A lista inclui um cidadão peruano e um equatoriano.
Santiago e a maioria das 16 regiões do Chile estão em estado de emergência e 20.000 militares e policiais trabalham para conter os violentos protestos.
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