Conte pede à UE mais 'ambição, unidade e coragem'
Roma, 3 Abr 2020 (AFP) - O primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, voltou a pedir nesta sexta-feira (3) à União Europeia "ambição, unidade e coragem" para encarar a pandemia de COVID-19, um desafio que considera histórico e imperativo.
"Está na hora da coragem!", escreveu o primeiro-ministro italiano no dia em que foram registrados mais de 54.000 mortos no mundo pelo vírus.
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O pedido de Conte é uma resposta à carta da presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, divulgada na véspera pelo jornal italiano La Repubblica, na qual pede desculpas à Itália por sua posição inicial morna sobre a crise.
A presidente da Comissão Europeia reconheceu "que nos primeiros dias da crise, quando era necessária uma resposta europeia comum, muitos pensaram em seus próprios problemas".
"Foi um comportamento que provocou danos e poderia ter sido evitado", admitiu, após garantir que a UE mudou de opinião e deseja ajudar a Itália, o país europeu mais atingido até o momento pela pandemia, junto com a Espanha.
Conte, que não para de pedir à União Europeia um plano continental diante da crise, solicitou às autoridades europeias "um salto qualitativo".
O primeiro-ministro considera positivo o projeto de "alocar até 100 bilhões de euros aos países mais atingidos, entre eles a Itália, para compensar a queda na renda daqueles que perderam horas de trabalho", escreveu.
- O futuro da Europa em jogo -Para Conte, trata-se de "ir mais além", criando um sistema de "coronabonds" ou de "títulos (de dívida) para a recuperação europeia" que sirvam para "financiar os esforços extraordinários que a Europa terá que empregar para reconstruir seu tecido, tanto econômico quanto social", afirma.
O líder italiano reiterou que não se trata de compartilhar a dívida interna dos países em questão, nem que os cidadãos de alguns países acabem pagando a dívida de outros.
Para Conte, esses títulos europeus constituem "o poder de fogo da família europeia" para dar à luz "um programa comum e compartilhado de apoio e revitalização de nossa economia que garante um futuro digno às famílias, empresas, aos trabalhadores e nossos filhos", escreveu.
Por seu lado, o vice-presidente da Comissão Europeia, Valdis Dombrovskis, considerado até agora um defensor do cumprimento estrito das regras orçamentárias europeias, se pronunciou nesta sexta-feira a favor das obrigações europeias, apesar da desconfiança de alguns países, em particular Alemanha e Holanda.
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