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A última chance de Netanyahu e Gantz para formar governo em Israel

14/04/2020 12h42

Jerusalém, 14 Abr 2020 (AFP) - O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e seu ex-rival Benny Gantz, fizeram uma pausa nesta terça-feira (14) em uma última corrida de negociações para formar antes de quarta à noite um governo de união e dar fim à maior crise política de Israel, em plena pandemia de coronavírus.

Após 16 meses de governo de transição, com reviravoltas surpreendentes, Netanyahu e Gantz se reuniram na noite de segunda-feira pouco antes do final do mandato de Gantz para tentar formar um governo estável.

À meia-noite, o mandato expirou sem um novo Executivo.

Durante a noite, os dois lados relataram "avanços significativos" em suas negociações para formar um governo "de união nacional e de emergência" para enfrentar a pandemia do novo coronavírus.

Até o momento, Israel registrou mais de 11.000 casos de contágio e 117 óbitos por COVID-19.

Nesta terça-feira, Netanyahu e Gantz se reuniram com seus respectivos negociadores para anunciar a tão esperada formação de governo, no último dia da Pessach (a Páscoa judaica). No entanto, no final do dia ainda não havia "fumaça branca" do acordo na Cidade Santa. Ambas as partes resolveram fazer uma pausa até o "fim" da Páscoa.

- Renúncia - Benny Gantz obteve o mandato para formar o próximo governo após as eleições legislativas de 2 de março, a terceira em menos de um ano e que, em tese, abriria finalmente um caminho para a solução da crise política.

E, para tentar o desbloqueio, Gantz renunciou, pelo menos a curto prazo, ao seu plano de ser primeiro-ministro e anunciou a intenção de formar um governo liderado por Benjamin Netanyahu.

"Netanyahu, chegamos à hora da verdade. Os israelenses esperam que deixemos de lado nossas diferenças e trabalhemos juntos por eles (...). A história não nos perdoará se não formos bem-sucedidos", declarou Benny Gantz na noite de segunda-feira em um discurso televisionado.

- Tensões -Na imprensa, uma pergunta se impõe: Benjamin Netanyahu realmente quer compartilhar o poder com a equipe de Benny Gantz?

Netanyahu pode provocar quartas eleições, enquanto dirige o país com seu capricho e se beneficia das pesquisas de opinião altamente favoráveis, que aprovam sua gestão da pandemia.

A pesquisa mais recente na segunda-feira deu ao partido Likud de Netanyahu 40 cadeiras e um total de 64 deputados com seus aliados da direita radical e partidos ultraortodoxos, bem acima do limiar da maioria (61 cadeiras de 120 do Knesset), o que nenhum líder conseguiu nas últimas três eleições.

Com seu partido agora dividido, a equipe de Gantz não teria mais de 19 assentos, segundo esta pesquisa.

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