Coreia do Norte dispara contra Seul, que revida
Seul, 3 Mai 2020 (AFP) - A Coreia do Norte fez vários disparos na direção da Coreia do Sul neste domingo (3), no nível da zona desmilitarizada que divide a península, provocando uma resposta do Exército sul-coreano - anunciou Seul.
Esse tiroteio incomum ocorreu um dia depois de Kim Jong-un ter aparecido em público pela primeira vez em três semanas, após especulações e rumores no exterior sobre sua saúde.
Um posto de guarda sul-coreano foi atingido por vários tiros do norte nesta manhã de domingo, mas não houve vítimas no sul, disse o Estado-Maior Conjunto.
"Nossos soldados responderam com duas séries de disparos e com uma mensagem de aviso, de acordo com nosso protocolo", disse Seul.
O Exército afirmou ainda que está em contato com o Norte através de uma linha telefônica direta para determinar as causas do incidente.
O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, disse acreditar que os tiros disparados ontem da Coreia do Norte tenham sido "acidentais".
"Um punhado de tiros chegou [à Coreia do Sul] do Norte. Acreditamos que foram acidentais", afirmou Pompeo, em um programa da rede ABC.
"Os sul-coreanos revidaram. Não houve mortes de nenhum dos lados", acrescentou.
Na entrevista, Pompeo se recusou a comentar as informações que Washington tem sobre a ausência de Kim.
"Vimos as mesmas imagens de ontem que o resto do mundo viu. Parece que o presidente Kim está vivo e bem", disse o secretário de Estado.
"Nossa missão continua a mesma: convencer os norte-coreanos a abandonarem suas armas nucleares e criarem um futuro mais promissor para o povo norte-coreano", acrescentou.
- Acordo com os EUAOs dois países ainda estão tecnicamente em guerra desde o armistício que pôs fim à Guerra da Coreia em 1953.
Ao contrário do que o nome indica, a Zona Desmilitarizada (DMZ), que divide a península em dois Estados, é um dos lugares mais fortificados do planeta, cheio de cercas de arame farpado e de campos minados.
O alívio das tensões militares na fronteira faz parte do acordo alcançado em setembro de 2018 durante uma cúpula em Pyongyang entre o líder norte-coreano, Kim Jong-un, e o presidente sul-coreano, Moon Jae-in.
A maioria desses acordos não saiu do papel, já que o Norte cortou, por longos períodos, seus contatos com o vizinho do Sul.
As discussões entre Pyongyang e Washington sobre o arsenal nuclear norte-coreano também se encontram estancadas, apesar das três reuniões realizadas entre Kim e o presidente Donald Trump.
A incerteza sobre este processo teria aumentado ainda mais se Kim tivesse ficado incapacitado, ou estivesse morto. As quase três semanas de sua ausência pública abriram espaço para todo o tipo de especulação sobre o estado de saúde de Kim.
Na sexta-feira, 1º de maio, porém, a televisão pública norte-coreana mostrou Kim andando, sorrindo e fumando um cigarro, na abertura de uma fábrica em Sunchon, norte de Pyongyang.
No mês passado, antes da reaparição de Kim, Pompeo havia manifestado sua esperança de alcançar um acordo nuclear com a Coreia do Norte.
"Independentemente do que acontecer na Coreia do Norte em relação à liderança, nossa missão continua sendo a mesma: fazer cumprir o compromisso do presidente Kim com Trump (...), ou seja, a desnuclearização verificada da Coreia do Norte", disse o secretário americano à imprensa.
"Uma solução seria boa para o povo americano, para o da Coreia do Norte e para todo mundo", concluiu.
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