Bolsonaro recorre de decisão que o obriga a usar máscara
Brasília, 26 Jun 2020 (AFP) - O presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, recorreu nesta sexta-feira (26) da decisão judicial que o obriga a usar máscara como forma de prevenção contra o coronavírus, considerando-a "desnecessária", por seu uso já ser obrigatório em Brasília.
O presidente, que desde o início da pandemia participa de vários compromissos e eventos sem máscara, apresentou sua queixa à Advocacia Geral da União (AGU), perante um tribunal de segunda instância.
Na noite da última segunda, o juiz Renato Borelli determinou que Bolsonaro deveria obrigatoriamente usar máscara "em todos os locais públicos", sob pena de multa de R$ 2.000.
O juiz decidiu a partir de uma ação civil movida por um advogado que denunciava "a conduta irresponsável do presidente" em relação às medidas de combate à COVID-19.
O presidente, cético em relação à pandemia e que faz campanha aberta contra as medidas de quarentena adotadas pelos estados, desde então usa máscara em todas as aparições públicas.
A AGU explicou que o recurso não pretende que Bolsonaro pare de usar a máscara, mas seja tratado como qualquer outro cidadão do Distrito Federal (DF) de Brasília.
"No DF já existe uma norma [a obrigação de usar uma máscara]. Essa interferência do Judiciário não é necessária", disse uma porta-voz da AGU à AFP.
O Brasil é o segundo país em número de mortes e casos de coronavírus no mundo, atrás somente dos Estados Unidos.
Bolsonaro nunca recebeu uma advertência por não usar o máscara em público.
No entanto, na semana passada, o então ministro da Educação, Abraham Weintraub, foi multado em R$ 2.000 por cumprimentar os apoiadores do governo sem usá-la.
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