Presidente do Parlamento catalão acusa governo espanhol de espionagem
Madri, 14 Jul 2020 (AFP) - O presidente do Parlamento regional da Catalunha, o separatista Roger Torrent, responsabilizou o Estado espanhol, nesta terça-feira (14), pela espionagem de seu telefone celular em 2019, uma acusação logo rejeitada pelo Executivo de Pedro Sánchez.
Em entrevista coletiva hoje, Torrent comentou a informação publicada nos jornais "El País" e "The Guardian". Ambos apontam que o celular do líder catalão foi espionado por um software de fabricação israelense, o qual se aproveitou de um falha de segurança do Whatsapp.
Torrent foi uma das mais de 100 personalidades espionadas entre abril e maio de 2019, de um total de 1.400 terminais infectados pelo Pegasus, acrescentam os dois veículos, que se baseiam nas investigações do Citizen Lab, uma instituição canadense ligada à Universidade de Toronto.
Ainda segundo os jornais, o programa pode ser comprado apenas por governos e forças de segurança e permite ler mensagens e ativar câmera e microfone remotamente.
"A existência dessas práticas evidencia a existência de uma causa geral contra o separatismo" no Estado espanhol, denunciou Torrent, que pediu que "se investiguem os fatos e se apurem todas as responsabilidades".
Uma fonte da Presidência do Executivo espanhol negou claramente as acusações e disse à AFP que "o governo não tem conhecimento" de que Torrent, assim como um ativista e a ex-deputada regional catalã Anna Gabriel "tenham sido alvo de uma invasão de seus celulares".
avl/mg/zm/tt
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