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Combates na província iemenita de Marib deixam cerca de 70 mortos

27/09/2021 17h22

Dubai, 27 Set 2021 (AFP) - Cerca de 70 combatentes morreram em novos e intensos confrontos intensos pela cidade estratégica de Marib, último reduto de poder no norte do Iêmen que os rebeldes huthis tentam tomar há sete meses.

"Cinquenta e oito insurgentes huthis e nove [combatentes] leais [ao governo] morreram em confrontos e bombardeios aéreos nas províncias de Marib e Shabwa", disseram nesta segunda-feira (27) fontes militares à AFP, em balanços confirmados por fontes médicas.

As tropas pró-governamentais em Marib contam com o apoio da força aérea da Arábia Saudita, que lidera uma coalizão militar que apoia o governo iemenita desde 2015.

Nas últimas 24 horas, mais de 20 incursões contra os rebeldes foram lançadas, segundo fontes governamentais.

No front de al-Nualla, a dezenas de quilômetros ao sul da cidade de Marib, fumaça subia após a queda de projéteis nas posições dos huthis, segundo o correspondente da AFP no local.

Os rebeldes, próximos ao Irã, controlam grande parte do norte do Iêmen, incluindo a capital Sanaa, tomada desde 2014. Os huthis raramente relatam suas baixas nos combates.

Os combates em torno de Marib se intensificaram nos últimos dias, causando dezenas de mortos, em um contexto de impasse diplomático sobre um possível cessar-fogo.

Cerca de 400 combatentes de ambos os lados morreram em setembro.

Desde fevereiro, os rebeldes tentam tomar o controle desta província rica em petróleo, localizada a cerca de 120 quilômetros da capital, e que é o principal reduto das forças leais ao governo no norte do país.

A perda de Marib seria um grande revés para o governo e a Arábia Saudita que o apoia. No entanto, nos últimos meses, os huthis avançaram em direção a Marib em várias frentes, aproximando-se gradativamente da cidade.

- Enviado dos EUA -A guerra no Iêmen, um país pobre da Península Arábica, estourou em 2014 após uma ofensiva dos huthis, procedentes do norte. Os rebeldes controlam a capital, Sanaa.

A batalha de Marib agravou o conflito neste país mergulhado na pior crise humanitária do mundo, segundo a ONU, que alerta para o risco de fome em larga escala.

Cerca de 80% dos 30 milhões de habitantes do país dependem de ajuda humanitária, que não conta com o financiamento necessário.

Organizações internacionais consideram que a guerra causou dezenas de milhares de mortes e milhões de deslocados internos.

Enquanto a ONU e Washington pressionam pelo fim da guerra, os huthis exigem a reabertura do aeroporto de Sanaa, bloqueado pela Arábia Saudita desde 2016, antes de qualquer cessar-fogo ou negociações.

A Casa Branca informou nesta segunda-feira que o assessor de segurança nacional de Joe Biden, Jake Sullivan, viajaria à Arábia Saudita, na primeira visita de um alto funcionário ao reino desde que o presidente democrata assumiu o cargo.

Não foi especificada nenhuma data, mas Sullivan viajaria acompanhado do enviado dos Estados Unidos para o Iêmen, Tim Lenderking.

Os esforços da ONU nos últimos anos para interromper os combates têm sido em vão.

"É imperativo que todos os esforços sejam feitos para relançar um processo político que possa fornecer soluções duradouras que atendam às expectativas de mulheres e homens iemenitas", disse Hans Grundberg, o enviado sueco da ONU ao Iêmen, em um comunicado.

Mais de dois milhões de deslocados vivem em Marib, em 139 campos, um refúgio ameaçado pela ofensiva dos huthis.

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