Topo

Esse conteúdo é antigo

Alta dos combustíveis aumenta descontentamento social no Equador

22/10/2021 22h25

Quito, 23 Out 2021 (AFP) - O presidente do Equador, Guillermo Lasso, aumentou nesta sexta-feira em até 12% os preços dos combustíveis, o que ampliou o descontentamento entre trabalhadores, estudantes e indígenas, que planejam para a próxima semana um protesto contra o governo em Quito.

"A partir de agora, o preço da gasolina extra está fixado em US$ 2,55 por galão e, da mesma forma, o preço do diesel (...) está fixado em US$ 1,90", disse Lasso em discurso na cidade de Guayaquil (sudoeste). A gasolina extra (regular) custava 2,50 dólares e o diesel, US$ 1,69.

Relacionadas

Esses novos preços agora serão congelados, explicou Lasso. "A partir de hoje estão suspensos os aumentos mensais" que vinham sendo aplicados desde 2020, por meio de reajustes de acordo com a cotação do petróleo no mercado internacional, a fim de eliminar os subsídios milionários de forma gradual.

"Rejeitamos, condenamos o novo aumento do preço dos combustíveis, que o presidente da república enganosamente disse que congela, quando, na verdade, aumenta", criticou Leônidas Iza, presidente da Confederação de Nacionalidades Indígenas (Conaie).

- Aumento da tensão -

Da comunidade de Colta, Iza chamou de "pacotaço" a medida anunciada por Lasso, que, na quarta-feira, classificou como "golpistas" e "conspiradores" os grupos que convocaram o protesto da próxima semana.

Para Ángel Sánchez, presidente da Frente Unitária de Trabalhadores (FUT), a decisão de Lasso, há cinco meses no poder, não foi acertada. "Em vez de diminuir a tensão, isso provoca um grande aborrecimento, o descontentamento dos trabalhadores e do povo", expressou.

Inicialmente, o movimento Pachakutik, braço político da Conaie e segunda força do parlamento, opositor, considerou uma boa notícia o congelamento dos preços. No entanto, em comunicado posterior, o movimento informou que a alta anunciada por Lasso "afeta negativamente a economia familiar equatoriana". A Conaie declarou-se "em resistência" e afirmou que não irá aceitar o aumento.

A organização indígena liderou protestos violentos em 2019 contra a eliminação brusca dos subsídios aos combustíveis, que deixaram 11 mortos e obrigaram o então presidente, Lenín Moreno, a voltar atrás naquela decisão.

- Sem coesão -

Lasso expressou que o Equador, que exporta petróleo e está em crise econômica, atravessa um "animador cenário econômico", mas precisa de "estabilidade".

Os movimentos indígenas e os que se consideram de esquerda irão contra o presidente Lasso, faça o que fizer", destacou o cientista político Esteban Nichols, da Universidade Andina Simón Bolívar. Lasso é partidário de eliminar subsídios e compensar os profissionais do setor de transportes e setores mais desfavorecidos.

Antes do anúncio do aumento, organizações sociais planejaram uma manifestação para a próxima terça-feira, apesar do estado de exceção de 60 dias que o governo decretou para enfrentar a violência das drogas.

pld/sp/mr/lm/ap/mvv/lb

Twitter

Comunicar erro

Comunique à Redação erros de português, de informação ou técnicos encontrados nesta página:

Alta dos combustíveis aumenta descontentamento social no Equador - UOL

Obs: Link e título da página são enviados automaticamente ao UOL

Ao prosseguir você concorda com nossa Política de Privacidade


Últimas notícias