Rússia prevê negociações sobre segurança com EUA e Otan para janeiro
Moscou, 22 dez 2021 (AFP) - As primeiras negociações entre Rússia, Estados Unidos e a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), sobre as garantias de segurança exigidas por Moscou relacionadas à crise na Ucrânia, ocorrerão em janeiro - afirmou o ministro russo das Relações Exteriores, Sergei Lavrov, nesta quarta-feira(22).
"Ficou acertado que, no início do ano que vem, haverá contatos bilaterais entre negociadores russos e americanos, em uma primeira rodada", disse Lavrov em entrevista à rede de televisão russa RT.
Segundo ele, os negociadores já foram escolhidos e aceitos por ambas as partes.
Lavrov também espera que, depois desta rodada, "também em janeiro", discussões com a Otan comecem imediatamente.
A subsecretária de Estado dos EUA para a Europa, Karen Donfried, disse na terça-feira (21) que espera que o diálogo sobre a Ucrânia e a segurança na Europa comece "em janeiro", embora tenha alertado Moscou de que alguns de seus pedidos são "inaceitáveis".
Lavrov reiterou nesta quarta-feira as palavras do presidente Vladimir Putin, um dia antes, pedindo discussões "sérias" e alertando seus adversários para não "atrapalharem" as negociações.
Este processo não pode "ser eterno, considerando-se que ameaças são criadas constantemente à nossa volta e que as equipes da Otan se aproximam das nossas fronteiras", destacou o chanceler.
"Espero que, em virtude das nossas ações para garantir nossa segurança, levem-nos a sério", acrescentou.
Ainda nesta quarta-feira, o chefe da diplomacia americana, Antony Blinken, e seu contraparte europeu, Josep Borrell, afirmaram que qualquer diálogo sobre a segurança europeia com a Rússia deverá ocorrer em coordenação com a União Europeia (UE).
"A UE vai colaborar com os Estados Unidos e a Otan para se assegurar de que seus interesses sejam representados", afirmou o espanhol Borrell em um comunicado.
A Rússia apresentou dois projetos de tratado na semana passada, um com os Estados Unidos, e outro, com a Otan, nos quais resumiu suas exigências para uma desescalada.
Esses textos proíbem a expansão da Aliança Atlântica, principalmente de integrar a Ucrânia, e limitam a cooperação militar ocidental ao Leste Europeu e com países da ex-União Soviética, sem exigir medidas semelhantes da Rússia.
O Ocidente acusa Moscou de operações agressivas. O Exército russo mobilizou dezenas de milhares de soldados em sua fronteira com a Ucrânia, da qual a Rússia já anexou uma parte de seu território, a Crimeia.
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