Merkel defende decisão de 2008 de bloquear entrada da Ucrânia na OTAN
Berlim, 4 Abr 2022 (AFP) - A ex-chanceler alemã Angela Merkel defendeu, nesta segunda-feira (4), sua decisão de 2008 de bloquear o ingresso imediato da Ucrânia na Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e rejeitou críticas recentes dirigidas a ela pelo presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Na noite de domingo (3), Zelensky criticou o "erro de cálculo" franco-alemão que levou, durante a cúpula da Otan em Bucareste, em 2008, a não admitir seu país na aliança, apesar da posição favorável dos Estados Unidos.
"Convido Merkel e (o então presidente francês Nicolas) Sarkozy a visitar Bucha e para onde 14 anos de políticas de concessões à Rússia levaram", disse ele, referindo-se a supostas atrocidades cometidas contra civis ucranianos por tropas russas nesta localidade perto de Kiev, classificadas como "crimes de guerra" pelas potências ocidentais.
Em um breve comunicado divulgado por seu porta-voz, Merkel afirma que "mantém" a pertinência de "suas decisões em relação à cúpula da Otan em Bucareste".
"Em relação às atrocidades descobertas em Bucha e em outros lugares da Ucrânia, a ex-chanceler apoia totalmente todos os esforços do governo e da comunidade internacional para apoiar a Ucrânia e acabar com a barbárie russa e a guerra contra a Ucrânia", disse a porta-voz.
Alemanha e França consideraram que era muito cedo, em 2008, para a adesão da Ucrânia - uma ex-república soviética, vizinha da Rússia - à Otan e que não havia condições políticas para isso.
Merkel foi criticada após a invasão da Ucrânia pela Rússia por sua política de distensão para com o Kremlin e pela crescente dependência da Alemanha das importações de gás russo, durante seus anos no poder. A agora ex-chanceler se aposentou da política no ano passado, depois de exercer quatro mandatos.
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