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Negociações sobre o programa nuclear do Irã foram "reabertas", afirma chefe da diplomacia da UE

13/05/2022 09h57

Wangels, Alemanha, 13 Mai 2022 (AFP) - As negociações sobre o programa nuclear iraniano, estagnadas há vários anos, foram "reabertas", afirmou nesta sexta-feira (12) o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.

"As negociações estavam em ponto morto e foram reabertas", declarou Borrell em Wangels, norte da Alemanha, onde participa em uma reunião dos ministros das Relações Exteriores do G7.

Borrell fez referência ao resultado do encontro na quinta-feira entre o coordenador da UE para as negociações sobre o programa nuclear iraniano, Enrique Mora, e o principal negociador de Teerã, Ali Bagheri, para uma tentativa de retomada do acordo de Viena de 2015.

"Avalio esta reunião no Irã de maneira muito positiva. As negociações estavam bloqueadas há dois meses por divergências sobre a Guarda Revolucionária", explicou Borrell.

"Este tipo de coisa não pode ser resolvido da noite para o dia. Digamos que as coisas estavam bloqueadas e foram desbloqueadas", acrescentou.

O ministro iraniano das Relações Exteriores, Hossein Amirabdollahian, disse que a visita do negociador europeu se concentrou em "iniciativas" para resolver as questões pendentes.

"Um acordo bom e confiável é possível se os Estados Unidos tomarem a decisão política e cumprirem com seus compromissos", acrescentou no Twitter. "Os contatos continuarão".

O Irã participa há um ano em negociações diretas com as grandes potências para a retomada do acordo concluído em 2015 sobre seu programa nuclear, mas as discussões estagnaram em março.

O objetivo das conversas é fazer com que o governo dos Estados Unidos retorne ao acordo, do qual se retirou em 2018, em particular com a suspensão das sanções contra o Irã e a garantia de que Teerã respeitará plenamente seus compromissos.

Entre os principais obstáculos está o pedido do Irã para a retirada da Guarda Revolucionária, o exército ideológico do país, da lista americana de "organizações terroristas estrangeiras", mas o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, não parece disposto a ceder a esta exigência.

dac/ilp/mar/pc/fp