Topo

Esse conteúdo é antigo

Biden e Yoon querem reforçar cooperação militar ante 'ameaça' da Coreia do Norte

21/05/2022 12h56

Seul, 21 Mai 2022 (AFP) - O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, e seu homólogo sul-coreano, Yoon Suk-yeol, afirmaram neste sábado (21) que contemplam intensificar as manobras militares conjuntas em resposta à "ameaça" representada pela Coreia do Norte, à qual ofereceram ajuda contra a covid-19.

Após uma reunião em Seul na primeira viagem de Biden à Ásia, os dois líderes afirmaram que, "em vista da evolução da ameaça que a Coreia do Norte representa", concordaram "em estabelecer discussões visando a ampliar o alcance e a escala dos exercícios e treinamentos militares conjuntos na península da Coreia e seus arredores".

Os serviços de Inteligência sul-coreanos advertiram que seu vizinho do norte concluiu seus preparativos para um teste nuclear e que agora espera o melhor momento para realizá-lo. Washington não descarta uma "provocação" de Pyongyang durante, ou logo depois da viagem de Biden pela Ásia.

De acordo com Yoon, ele e Biden também conversaram sobre diferentes maneiras de "se coordenar com os Estados Unidos sobre o envio de efetivos estratégicos, se necessário", citando "aviões de combate e mísseis".

- 'Forte relação pessoal' -Sobre o enorme surto de covid-19 enfrentado pela Coreia do Norte, o qual pode levar ao colapso seu já precário sistema de saúde, os dois líderes expressaram sua "preocupação" e se disseram "dispostos a trabalhar com a comunidade internacional para fornecer assistência" a Pyongyang.

Nesse sentido, Biden afirmou ainda que os Estados Unidos ofereceram vacinas a Pyongyang, mas "não receberam resposta".

Yoon explicou, por sua vez, que sua oferta à Coreia do Norte obedece a "princípios humanitários, à margem de questões políticas e militares".

Não há consenso entre os analistas sobre se essa situação pode adiar o teste nuclear prevista, ou precipitá-lo, como uma manobra de distração.

O ex-analista da CIA (a Agência Central de Inteligência dos EUA) Soo Kim disse à AFP que um teste nuclear de Pyongyang estreitará ainda mais a colaboração entre Washington e Seul.

A Coreia do Norte acelerou seus testes de armas desde o início do ano. As negociações de desarmamento estão paralisadas desde a fracassada cúpula de 2019 entre Kim Jong-un e o então presidente dos EUA, Donald Trump. Sobre este tema, Biden declarou hoje que concordaria em se reunir com o líder norte-coreano apenas se ele fosse "sincero".

Além de discutir as tensões com Pyongyang e as sanções à Rússia pela invasão da Ucrânia, o objetivo da viagem de Biden é estabelecer "uma forte relação pessoal" com Yoon, empossado há menos de duas semanas, explicou uma autoridade americana.

- "Eixo da Paz" -Tanto o Japão quanto a Coreia do Sul são vistos como atores-chave na estratégia americana para conter a influência chinesa e manter o que Washington define como "um Indo-Pacífico livre e aberto".

Em suas primeiras declarações após aterrissar, Biden disse que a aliança entre os dois países é "um eixo de paz, estabilidade e prosperidade" e elogiou a importância da Samsung no mercado de semicondutores, componente vital de quase todos os produtos tecnológicos.

Destacando a abertura de uma fábrica de semicondutores da Samsung no estado americano do 0Texas em 2024, Biden defendeu que, diante da escassez internacional dessas peças, Coreia do Sul e Estados Unidos devem trabalhar para "manter nossa cadeia de suprimentos resiliente, confiável e segura".

Os problemas na cadeia de suprimentos representam um desafio interno para Biden, dado o aumento dos preços, algo que pode reduzir o apoio a seu partido, o Democrata, nas eleições de meio de mandato ("midterms), em novembro.

No mesmo dia, o governador do estado da Geórgia anunciou que o gigante automotivo sul-coreano Hyundai construirá uma fábrica de US$ 5,5 bilhões para produzir veículos elétricos e baterias.

Depois da Coreia do Sul, Biden segue para o Japão, no domingo, onde se reunirá com o primeiro-ministro Fumio Kishida e com o imperador Naruhito. Na terça-feira (31), participará de uma cúpula do Quad, grupo formado por Austrália, Estados Unidos, Índia e Japão como um contrapeso à influência da China na Ásia-Pacífico.

sms/ceb/oho/dbh/meb/jvb/tt

SAMSUNG ELECTRONICS