Economia chinesa enfrenta maiores desafios do que no início da pandemia, diz premiê
Pequim, 26 Mai 2022 (AFP) - O primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, alertou que a segunda maior economia do mundo, atingida por duras restrições anticovid, enfrenta desafios "mais significativos" do que os experimentados durante a primeira onda da pandemia de coronavírus.
A China é a última grande economia mundial a manter uma estratégia de "covid zero" para erradicar o vírus em seu território, que consiste em confinamentos severos, fechamento de fronteiras e testes massivos que afetam os negócios.
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As restrições recentes impostas em dezenas de cidades, incluindo grandes centros industriais como Shenzhen e Xangai, interromperam as cadeias de produção e fizeram despencar os indicadores econômicos para os níveis mais baixos em dois anos.
"As dificuldades são, de alguns pontos de vista e até certo ponto, ainda mais importantes do que quando a pandemia atingiu duramente em 2020", disse Li em uma reunião do Conselho de Estado na quarta-feira, segundo a agência de notícias oficial Xinhua.
"Estamos atualmente em um momento crítico para determinar a tendência econômica para todo o ano", declarou Li à Xinhua.
"Temos que aproveitar essa janela temporária e nos esforçar para colocar a economia de volta nos trilhos", acrescentou.
As observações de Li se somam a um crescente coro de pedidos de autoridades e líderes empresariais por um melhor equilíbrio entre controlar o vírus e proteger a economia.
As vendas no varejo caíram 11% em abril em relação ao ano anterior e a produção industrial contraiu 2,9%, os piores dados desde a primeira onda da pandemia.
Além disso, o desemprego urbano voltou à sua taxa de fevereiro de 2020, ameaçando a meta de crescimento anual de 5,5% estabelecida pelas autoridades.
Em março e principalmente em abril, indicadores como emprego, produção industrial, consumo de eletricidade ou transporte de mercadorias caíram "significativamente", disse Li, enfatizando a importância de coordenar o controle do vírus com o desenvolvimento econômico.
A China vive seu pior momento da pandemia desde a primeira onda de 2020, com Xangai praticamente confinada desde abril e restrições significativas em Pequim.
O governo ofereceu cortes de impostos e um programa de bônus para ajudar as empresas, mas analistas dizem que o crescimento vai vacilar se as medidas de controle sanitário não forem relaxadas.
A S&P Global Ratings reduziu sua previsão de crescimento anual da China de 4,9% para 4,2% este ano e analistas do Nomura disseram em um relatório recente que há "uma possibilidade crescente de crescimento negativo do PIB no segundo trimestre".
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