Catar cria centro de controle inovador para prevenir incidentes na Copa
Diante de uma parede de monitores digna da NASA, técnicos controlam as portas, as comunicações com os espectadores e as imagens das 15 mil câmeras dos oito estádios que vão receber jogos da Copa do Mundo de 2022 no Catar.
Desde um vazamento nos banheiro a um problema de segurança, todos os incidentes suscetíveis a perturbar a normalidade nos estádios serão geridos de maneira centralizada em um único lugar "pela primeira vez na história do Mundial", ressalta o responsável tecnológico deste centro de controle, Niyas Abdulrahiman.
"A ideia de conectar todos os estádios foi possível pela natureza compacta desta Copa", com a distância máxima de 75 quilômetros entre todos os estádios do torneio, explica.
Os organizadores do primeiro Mundial em um país árabe, que investiram mais de US$ 6 bilhões em infraestruturas, têm também como objetivo fazer com que seu centro de controle se transforme a partir de agora em uma referência para os principais eventos esportivos internacionais.
Com a expectativa de receber mais de 1 milhão de pessoas nas quatro semanas do torneio, acesso menos restrito do que o normal a bebidas alcoólicas no país e até quatro jogos por dia na fase de grupos, o centro de comando localizado no complexo do estádio Khalifa em Doha terá um papel de destaque.
As multidões nas ruas de Doha durante a Copa preocupam as agências de segurança e é esperada a chegada de reforços do exterior para o evento.
- "Em todos os estádios de uma vez" -
"Aconteça o que acontecer, temos uma resposta", garante Hamad Al Mohannadi, diretor do centro de controle. "Enquanto não houver danos materiais e ninguém estiver ferido, nos limitaremos a observar. Deveremos direcionar e gerenciar tudo o que se refere aos prejuízos materiais ou às pessoas", acrescenta.
Além de controlar o ar condicionado e as aglomerações nos portões de entrada dos estádios, esse 'quartel-general' servirá para acolher a polícia nos dias de jogo e para ser o elo de união com as forças de segurança.
Segundo Abdulrahiman, esse centro permite ter "olhos, ouvidos e uma presença em todos os estádios de uma vez".
"Podemos ver o conjunto das 15 mil câmeras (equipadas com sistema de reconhecimento facial) distribuídas nos oito estádios e fazer a vigilância daqui', explica. "Recebemos muitos dados e vamos utilizá-los ao máximo", ressalta.
Os alarmes disparam de maneira imediata nos monitores e a reação pode ser instantânea.
Em caso de incidente, as pessoas que estão diante dos monitores podem "controlar as coisas, colocar os outros estádios em diferentes nívels de alerta e tomar medidas simultâneas de precaução".
- "Do Catar para o mundo do esporte" -
"Um estádio pode ser evacuado e nós podemos proteger o perímetro ao redor de outro e impedir que as pessoas entrem", acrescenta o responsável pelo centro.
Também é possível realizar comunicações em um ou vários estádios, diretamente com o público. Além disso, existem modelos virtuais de cada arena, com o objetivo de encontrar a melhor maneira de acessar uma sala ou um local específico.
"O que se vê aqui aqui é um novo padrão, uma nova tendência na exploração dos estádios. É a contribuição do Catar para o mundo do esporte. O que se vê aqui é o futuro", conclui Abdulrahiman.
al-tw-pel/aem/dr/psr/rsc/cb
© Agence France-Presse
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