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China acopla o último módulo e completa sua estação espacial

31/10/2022 08h49

O último módulo da estação espacial chinesa Tiangong, que deve permitir que a estrutura se torne totalmente operacional, foi acoplado nesta terça-feira, após um lançamento bem-sucedido na véspera, como parte do ambicioso programa espacial de Pequim.

O desejo da China de construir sua própria estação espacial foi alimentado em parte pela recusa dos Estados Unidos em aceitar chineses no programa da Estação Espacial Internacional (ISS), uma iniciativa conjunta entre os Estados Unidos, Rússia, Canadá, Europa e Japão.

O módulo chamado Mengtian ("sonho dos céus") foi lançado às 15h27 (4h27 no horário de Brasília) por um foguete LM 5B da ilha tropical de Hainan (sul), segundo a televisão pública CCTV.

Muitas pessoas registraram o evento de uma praia perto do centro de lançamento de Wenchang.

"O módulo experimental Mengtian entrou com precisão na órbita predefinida", disse um oficial da missão, Deng Hongqin, à televisão alguns minutos depois.

"Declaro que este lançamento é um sucesso absoluto", afirmou Deng, cercado por colegas entusiastas na sala de controle.

Mengtian é o terceiro e último elemento principal da estação espacial Tiangong em forma de T.

Cerca de 13 horas após o lançamento, nas primeiras horas de terça-feira, no fuso horário chinês, Mengtian se acoplou à Tiangong, informou a agência de notícias estatal New China, citando a agência espacial chinesa.

Tiangong ("Palácio Celestial"), semelhante em tamanho à antiga estação russo-soviética Mir, deve ter uma vida útil de pelo menos 10 anos.

Também deve permitir que a China mantenha uma presença humana de longo prazo no espaço.

Sua montagem exigiu um total de 11 missões. O último desta segunda-feira permitiu a transferência de equipamentos científicos de última geração.

- Atraso recuperado -

"O primeiro relógio atômico frio" também foi enviado ao espaço, comemorou a agência oficial de notícias Xinhua. 

O dispositivo permitirá, a longo prazo, ter uma medição mais precisa do tempo. 

Desde junho, três astronautas, incluindo uma mulher, estão na estação espacial chinesa para uma missão de cerca de seis meses. 

Embora a China não preveja cooperação internacional para sua estação, Pequim garantiu que está aberta à colaboração estrangeira.

O país asiático investiu bilhões de dólares em seu programa espacial nas últimas décadas, o que permitiu recuperar a maior parte de seu atraso em relação aos americanos e russos. 

A China enviou seu primeiro astronauta ao espaço em 2003. 

Em 2019, o país colocou um dispositivo no lado oculto da Lua, algo inédito. 

Em 2020, o país trouxe amostras da Lua e finalizou o Beidou, seu sistema de navegação por satélite - rival do GPS americano. 

No ano seguinte, conseguiu pousar um pequeno robô em Marte. 

A China planeja enviar homens à Lua até 2030.

prw-sbr/ka/hgs/an/aa

© Agence France-Presse