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Reino Unido pede respeito às liberdades após prisão de jornalista na China

27/11/2022 20h43

O Reino Unido protestou nesta segunda-feira (28) contra a violenta detenção, conforme noticiado pela rede BBC, de um seus jornalistas durante a cobertura dos protestos contra a política de "covid zero" na China, em um novo incidente que agrava as tensões entre Londres e Pequim.

O grupo de comunicação britânico informou, no domingo (27), que um de seus jornalistas na China foi detido e apanhou da polícia enquanto cobria protestos em Xangai.

"A BBC está extremamente preocupada com o tratamento dado ao nosso jornalista Ed Lawrence, que foi detido e algemado enquanto cobria os protestos em Xangai", afirmou um porta-voz da BBC em comunicado enviado à AFP.

A nota acrescenta que Lawrence "foi espancado e chutado pela polícia" durante as várias horas de detenção, apesar de ser um jornalista credenciado no país.

"A liberdade de imprensa e a liberdade de manifestação devem ser respeitadas", e "nenhum país está isento", reagiu o ministro britânico das Relações Exteriores, James Cleverly. 

O chefe da diplomacia britânica chamou a detenção de Lawrence de "profundamente preocupante" e enfatizou no Twitter que "os jornalistas devem ser capazes de fazer seu trabalho sem serem intimidados".

Centenas de pessoas protestaram ao longo do fim de semana em várias cidades chinesas, como Xangai e Pequim, contra os confinamentos e restrições impostas pelas autoridades no combate à covid-19.

O ministro britânico para as Empresas, Grant Shapps, considerou "inaceitáveis e preocupantes" os atos de violência denunciados.

"A liberdade de imprensa deve ser sagrada", disse o ministro à rádio LBC.

O porta-voz da BBC afirmou que o grupo não recebeu "qualquer explicação, ou pedido de desculpas, das autoridades chinesas, além da alegação dos oficiais, que posteriormente o libertaram, de que o tinham detido para seu próprio bem, caso contraísse covid da multidão".

"Não consideramos que seja uma explicação crível", completou.

No Twitter, Lawrence agradeceu nesta segunda a seus seguidores e acrescentou que ao menos um cidadão chinês "foi detido depois de tentar impedir que a polícia me agredisse".

O repórter voltou mais tarde ao local dos protestos.

O Ministério chinês das Relações Exteriores afirmou nesta segunda-feira que Lawrence não se identificou como jornalista.

"Com base no que sabemos das autoridades competentes de Xangai, ele não se identificou como jornalista e não mostrou de maneira voluntária sua credencial de imprensa", declarou o porta-voz do ministério, Zhao Lijian, antes de pedir aos repórteres estrangeiros que "sigam as leis e normas chinesas quando estiverem na China".

mhc/mas/atm/ic/fp/mr/tt

© Agence France-Presse