Acordo nuclear com Irã está 'morto', diz Biden em vídeo que circula no Twitter
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse que o acordo com o Irã para limitar seu programa nuclear está "morto", em um vídeo amplamente divulgado no Twitter nesta terça-feira (20), que não teve sua autenticidade questionada pela Casa Branca.
O vídeo, de data e local não especificados, mostra o presidente, cercado por seguranças, durante uma troca informal com pessoas que estão atrás de uma barreira metálica, no que parece ser um ginásio ou sala para eventos.
Elementos da decoração, assim como as roupas do presidente, parecem corresponder a um comício de campanha no início de novembro na Califórnia, onde Biden foi apoiar um candidato à Câmara de Representantes nas eleições de meio de mandato.
No local, uma participante do evento o pergunta sobre o acordo nuclear iraniano de 2015, chamado Plano de Ação Abrangente Conjunto (JCPOA, na sigla em inglês).
"Presidente Biden, você poderia anunciar que o JCPOA está morto?", pergunta a mulher, usando uma faixa na cabeça com as cores da bandeira iraniana, enquanto Biden passa apertando sua mão.
"Não", responde Biden.
"Por que não?", replica a mulher.
"Está morto, mas não vamos anunciar", diz o presidente americano, acrescentando que é uma "longa história".
A mulher e outras pessoas ao seu lado pedem que ele não faça acordos com o governo de Teerã.
"Eles não nos representam", diz ela. "Eles não são nosso governo", declara outro participante do encontro.
"Eu sei que eles não os representam. Mas terão uma arma nuclear", diz Biden no final do vídeo.
Os comentários de Biden, que a Casa Branca não negou, parecem ter ocorrido quando o Irã não cedeu a meses de pressão para concordar com os termos finais de um acordo para retomar o JCPOA.
"Os comentários do presidente são totalmente consistentes com o que estamos dizendo sobre o JCPOA, que não é nossa prioridade neste momento", afirmou John Kirby, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, perguntado nesta terça-feira sobre o vídeo durante uma conversa com jornalistas.
"Não esperamos que aconteça um acordo em um futuro próximo", acrescentou. "Até onde eu sei, ninguém está questionando a autenticidade (do vídeo) e não acho que vamos investigá-lo".
O pacto de 2015 ofereceu ao Irã isenção de sanções internacionais em troca de garantias de que Teerã não produziria armas atômicas, uma meta que a República Islâmica há muito se recusa a cumprir.
No entanto, depois que os Estados Unidos se retiraram do JCPOA em 2018, sob a administração do antecessor de Biden, Donald Trump, e que as sanções americanas foram restabelecidas, Teerã gradualmente abandonou suas obrigações.
Biden havia se comprometido a tentar reativar o acordo, mas as negociações iniciadas em abril de 2021, em Viena, agora estão paralisadas.
pmh/tjj/ad/dga/ap/ic
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.