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Ex-chefe de segurança do presidente Lacalle Pou é condenado no Uruguai

15/02/2023 14h48

O ex-chefe de segurança do presidente uruguaio, Luis Lacalle Pou, foi condenado, nesta quarta-feira (15), a mais de quatro anos de prisão ? informou o Ministério Público, no desfecho de um caso de corrupção que causou forte comoção política no Uruguai. 

No cargo desde a posse de Lacalle Pou, em 2020, até ser preso, em setembro passado, Alejandro Astesiano foi condenado por associação criminosa, tráfico de influência, divulgação de segredos e conjunção de interesse público e privado.

O ex-diretor chegou a um acordo com a procuradora Gabriela Fossati para que a pena cubra todos os crimes de que é acusado. Fossati destacou a "colaboração" de Astesiano com as investigações. 

O juiz criminal Alejandro Asteggiante ratificou o acordo e condenou o ex-chefe a quatro anos e meio de prisão, inelegibilidade especial por quatro anos e multa em torno de US$ 4.000 (pouco mais de R$ 20.000).

O ex-chefe de segurança de Lacalle Pou foi acusado de participar de uma organização que falsificava documentos para permitir a entrega de passaportes uruguaios a cidadãos russos. A Promotoria se absteve de mencionar a suposta rede de corrupção desmantelada, ou os passaportes falsos envolvidos. 

Após a divulgação pela imprensa de gravações extraídas de seu celular, Astesiano foi investigado por outros crimes de tráfico de influência. 

A proximidade de longa data de Astesiano com o Partido Nacional, principal legenda da coalizão governista de centro-direita, e sua posição como chefe da segurança presidencial afetaram a imagem do presidente, segundo pesquisas. 

O chefe de Estado uruguaio se distanciou das ações de Astesiano e disse se sentir "traído" por seu ex-chefe de segurança. 

O advogado de Astesiano, Marcos Prieto, considerou positivo que a Promotoria tenha agido de maneira que "a investigação da mídia não prevalecesse".

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© Agence France-Presse