ONU pede ambiente digital seguro para as mulheres
A violência na internet não representa apenas um ataque direto à democracia, mas também censura as mulheres e cerceia a sua liberdade, denunciou nesta quarta-feira (8) o secretário-geral da ONU, no Dia Internacional da Mulher.
Antonio Guterres pediu aos governos, reguladores e empresas de tecnologia que criem salvaguardas de proteção. "Precisamos agir para criar um ambiente digital seguro e responsabilizar os assediadores e agressores", declarou, em discurso lido por seu chefe de gabinete perante a Comissão sobre a Situação das Mulheres (CSW, sigla em inglês).
Enquanto "trabalhamos para promover um Código de Conduta para a integridade da informação nas plataformas digitais",Guterres disse que pediu aos governos, reguladores, empresas de tecnologia e meios de comunicação "que ponham fim ao ódio, criem barreiras de contenção e façam com que as mesmas sejam cumpridas".
Durante a sessão da CSW, dedicada à inovação e tecnologia para a igualdade de gênero, o secretário-geral destacou que o mais urgente é "eliminar o abismo digital", uma vez que 3 bilhões de pessoas permanecem sem acesso à Internet, a maioria mulheres e jovens, nos países em desenvolvimento.
"Temos que conectar todo o mundo até 2030", pediu Guterres, uma vez que, "sem a liderança das mulheres, os Vales do Silício deste mundo não acabarão com o patriarcado", e, sem a sua contribuição, "os produtos e serviços digitais do amanhã terão a desigualdade de gênero integrada aos seus códigos desde o começo", alertou. "Dados incompletos e algoritmos mal projetados podem acentuar os preconceitos."
As mulheres também podem ficar para trás em um mundo que avança inexoravelmente no uso da tecnologia. Até 2050, 75% dos empregos estarão relacionados à ciência, tecnologia, engenharia e matemática, ressaltou o presidente da Assembleia Geral, Csaba Körösi. No entanto, apenas 57% das mulheres fazem uso da internet.
Segundo avaliações mencionadas por Körösi, a exclusão das mulheres do mundo digital eliminou US$ 1 trilhão do PIB dos países de baixa e média renda na última década.
A diretora-executiva da ONU Mulheres, Sima Bahouse, jordaniana, lembrou que, neste 8 de março, "mulheres ativistas de todo o mundo se levantam e pedem o fim do assédio, da violência, da discriminação na educação, no trabalho, na legislação, em todos aspectos de sua vida".
Mulheres e meninas têm 27 vezes mais chances do que os homens de serem assediadas na internet ou de serem vítimas de mensagens de ódio, motivo pelo qual nove a cada dez limitam sua atividade na rede, aumentando o abismo.
af/cjc;lb/am
© Agence France-Presse
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.