Bukele se declara vencedor de eleições em El Salvador
O presidente de El Salvador, Nayib Bukele, afirmou neste domingo que foi reeleito com mais de 85% dos votos, em mensagem publicada na rede social X.
"De acordo com os nossos números, vencemos as eleições presidenciais com mais de 85% dos votos e um mínimo de 58 dos 60 deputados da Assembleia Legislativa. Um recorde em toda a história democrática mundial", comemorou o presidente no X, antigo Twitter.
A mensagem de Bukele foi recebida com uma explosão de fogos de artifício em San Salvador. Pouco antes, o diretor da empresa de pesquisas CID-Gallup, Luis Haug, havia divulgado uma pesquisa de boca de urna que dava a Bukele 87% das intenções de voto.
O Tribunal Supremo Eleitoral encerrou a votação às 17h locais, após uma jornada em que 6,2 milhões de eleitores foram convocados a comparecer às urnas.
Em entrevista coletiva concedida após votar, Bukele pediu aos salvadorenhos que apoiassem com seu voto a continuidade do estado de exceção, para preservar as conquistas "da guerra" contra os grupos criminosos.
"É importante que votemos, para garantir que tenhamos uma Assembleia Legislativa que possa continuar aprovando o regime de exceção", pediu o presidente, a poucos minutos do fim da votação.
Bukele rejeitou as críticas de organizações de direitos humanos ao regime de exceção (em vigor desde março de 2022), que apontam como "erro" a prisão de milhares de inocentes.
Organizações como a Anistia Internacional e a Human Rights Watch denunciam detenções arbitrárias, tortura e mortes na prisão. Cerca de 7.000 pessoas inocentes foram libertadas, mas muitas permanecem presas, sem poderem se comunicar com suas famílias.
O presidente defendeu que El Salvador tenha a taxa de encarceramento mais alta do mundo e disse que todas as polícias "cometem erros" ao prender inocentes.
"O que está por vir para El Salvador é um período de prosperidade, porque não há mais impedimento para abrir um negócio, estudar, trabalhar. Já não há mais impedimento para o turismo", acrescentou Bukele.
Diante das acusações de que instalou no país uma ditadura, o presidente negou que atente contra a democracia: "Não estamos substituindo a democracia, porque El Salvador nunca teve democracia. Pela primeira vez na História, El Salvador tem uma democracia, e não sou eu que digo isso, e sim o povo."