Biden dá à Intel incentivos de quase US$ 20 bi para produção de microchips
O presidente americano, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (20) quase 20 bilhões de dólares (cerca de 100 bilhões de reais) em subsídios e empréstimos para permitir à gigante dos semicondutores Intel aumentar sua produção nos Estados Unidos.
O democrata anunciou o maior investimento do seu governo para contrabalançar a pujança da China durante viagem ao Arizona, estado onde a batalha eleitoral contra seu adversário, o republicano Donald Trump, anuncia-se difícil.
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"Diferentemente do meu antecessor, eu estava decidido a mudar as coisas para investir nos Estados Unidos, tudo americano, todos americanos. E é isso que estamos fazendo", disse Biden em Chandler, Arizona (sudoeste).
O democrata criticou que a indústria tenha sido "realocada na Ásia". Esse é um dos motivos do investimento: proteger os Estados Unidos das interrupções no abastecimento, como as registradas durante a pandemia de covid-19, levando-se em conta que os microchips são essenciais para o funcionamento "de smartphones, lava-louças, satélites e equipamentos militares", enumerou Biden.
O presidente assegurou que o investimento em instalações da Intel em quatro estados americanos (Arizona, Ohio, Novo México e Oregon) permitirá aos Estados Unidos fabricar 20% dos microchips de vanguarda do mundo até o fim da década. Com esses investimentos, espera-se a criação de cerca de 30 mil empregos diretos e "a manutenção de dezenas de milhares de postos de trabalho indiretos". "Meu antecessor deixaria que o futuro se reconstruísse na China e em outros países, não nos Estados Unidos, porque poderia ser mais barato", mencionou, referindo-se a Trump.
O Arizona foi o palco de uma das disputas mais acirradas das eleições de 2020. Biden venceu no estado por apenas 10.457 votos e as projeções são de que o duelo seja igualmente difícil em novembro, quando voltará a enfrentar Trump.
O presidente democrata, de 81 anos, tem enfrentado problemas para convencer os eleitores de seus feitos econômicos, apesar de dados recentes mostrarem um crescimento sólido, criação de emprego e desaceleração da inflação.
Segundo a Casa Branca, o acordo fechado com a Intel proporcionará até 8,5 bilhões de dólares (R$ 42,5 bilhões) em financiamento direto, juntamente com US$ 11 bilhões (R$ 55 bilhões) em empréstimos em virtude da Lei CHIPS e Ciência.
- US$ 100 bilhões -
Essa lei, que data de 2022, prevê a liberação de 52,7 bilhões de dólares (264 bilhões de reais) para estimular a produção de chips nos Estados Unidos, com a ideia de que o dinheiro público sirva de trampolim para os investimentos privados.
A secretária do Comércio, Gina Raimondo, declarou à imprensa antes do anúncio oficial que a Intel investirá mais de 100 bilhões de dólares (R$ 500 bilhões) no desenvolvimento desta indústria.
Ela destacou que este é um dos maiores pacotes de apoio já anunciados à indústria de semicondutores do país.
A iniciativa aproximará os Estados Unidos da meta de produzir 20% dos chips mais modernos do mundo até 2030, acrescentou.
"Dependemos de um número muito pequeno de fábricas na Ásia para todos os nossos microprocessadores mais sofisticados. Isto é insustentável e inaceitável", comentou a secretária.
"É um problema de segurança econômica. Também é um problema de segurança nacional. E vamos mudar isso", acrescentou.
A Casa Branca indicou que a Intel também pretende aproveitar um crédito fiscal de investimento do Departamento do Tesouro de até 25% sobre algumas despesas de capital, graças a outra política da gestão Biden, conhecida como Lei de Redução da Inflação.
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