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Trump culpa Biden por todos os males, ao retomar campanha

01/05/2024 18h26

O ex-presidente americano Donald Trump atribuiu, nesta quarta-feira (1º) seus problemas judiciais e todos os males do país ao seu adversário, o presidente democrata Joe Biden, em seu primeiro comício desde o começo de seu julgamento em Nova York.

"Se não vencermos estas eleições, não acho que o nosso país vai sobreviver", disse Trump a seus apoiadores no Wisconsin, estado rural do norte dos Estados Unidos.

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O ex-presidente republicano e candidato nas eleições deste ano aproveita uma breve pausa nas audiências penais para ir a Wisconsin, estado rural do norte do país e um dos mais disputados em seu duelo eleitoral com o democrata Joe Biden em novembro.

Trump desenhou um panorama sombrio da Presidência de seu sucessor democrata.

"Biden preside o país como um anti-Robin Hood, roubando dos pobres para dar aos ricos", disse à multidão antes de acusar o adversário de manter segredo sobre as manifestações estudantis pró-palestinos e de deixar que o país seja "invadido" por hordas de migrantes. 

"Vamos fechar a fronteira imediatamente. Vamos deter a invasão e mandar os estrangeiros ilegais de Joe Biden de volta para casa", disse.

Mais tarde, ele repetiu as declarações na pista do aeroporto de Michigan, onde outra multidão o aguardava.

- "Bloqueio" aos cartéis -

O republicano afirmou que "os crimes diminuíram 67%" na Venezuela porque "trasladaram (...) seus delinquentes, membros de gangues e traficantes de drogas" aos Estados Unidos.

Ele reiterou que "a delinquência migratória" está destruindo o país.

Mas as estatísticas sobre a criminalidade do FBI demonstram que os crimes violentos diminuíram em nível nacional aproximadamente 1,7% em 2022 e os homicídios, 6,1& em comparação com 2021.

Trump voltou a repetir que se vencer em novembro, os cartéis das drogas "ficarão sem negócio rapidamente".

"Vamos impor um bloqueio naval aos cartéis porque quando limpamos por terra, eles entram pelo mar e têm muito dinheiro para fazê-lo", afirmou.

E "no primeiro dia, começaremos a maior operação de deportação nacional da história dos Estados Unidos", insistiu em seu discurso, em linha com a retórica anti-imigração baseada na ideia de que os migrantes saem das prisões e de instituições de saúde mental de todo o mundo e estão "envenenando o sangue" dos Estados Unidos.

Estes comícios são para Trump como um sopro de ar fresco longe do tribunal de Manhattan, onde há duas semanas ele é julgado pelo pagamento sigiloso a uma ex-atriz pornô.

- 'Dom Dorminhoco' -

As idas e vindas do septuagenário na corte parecem ter virado uma espécie de rotina. 

O republicano começa e termina o dia de audiências com declarações em que aproveita para falar um pouco de tudo, de seus reveses judiciais à situação econômica dos Estados Unidos, o aniversário de sua esposa ou o frio que diz sentir no tribunal.

Dentro da sala da corte, Trump permanece em silêncio e impassível.

Diante da multidão de testemunhas que participam do julgamento, às vezes parece entendiado e, inclusive, sonolento.

Seu clã também demonstra divisões. Até agora, apenas seu filho, Eric, foi apoiá-lo pessoalmente nos tribunais.

"Ele odeia estar no tribunal, onde é mais um réu penal. Não tem o controle e não está no comando", afirma o cientista político Larry Sabato - algo que o juiz Juan Merchan relembra constantemente.

Durante um recesso na terça-feira, Trump foi visto bufando.

Os reveses do bilionário são música para os ouvidos da equipe de campanha de Joe Biden, que lhe deu o apelido de "Dom Dorminhoco". 

É uma forma de vingança depois que Trump chamou seu rival de "Joe, o Dorminhoco". 

Este julgamento coincidiu com um avanço de Joe Biden nas pesquisas de intenção de voto, nas quais agora aparecem empatados.

Mas Donald Trump e seus apoiadores também aproveitam o interesse da mídia no julgamento para fazer campanha.

É nos comícios que Trump, de 77 anos, faz menção a dançar, atira seus famosos bonés vermelhos para os apoiadores, faz críticas a torto e a direito, debocha da idade de seu adversário - embora seja apenas quatro anos mais novo - e o imita, como se estivesse atônito e angustiado. 

É sua forma de lembrar que Biden também enfrenta dificuldades provocadas pela idade.

cjc/eml/erl/nn/mvv/rpr

© Agence France-Presse

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