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Stormy Daniels nega que tenha extorquido Trump

09/05/2024 12h29

Stormy Daniels voltou a depor, nesta quinta-feira (9), no histórico julgamento de Donald Trump, no qual a defesa do magnata a qualificou como uma "mentirosa gananciosa", que tenta tirar proveito das acusações. 

A ex-atriz pornô, que é protagonista do caso que colocou um ex-presidente americano pela primeira vez no banco dos réus, negou ter subornado Trump para manter silêncio sobre uma suposta relação entre os dois no ano de 2006. 

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"Eu queria que soubessem a verdade [...], que ficasse registrada em um documento para que a minha família não fosse prejudicada", disse Daniels à incansável advogada de Trump, Susan Necheles. 

Com 77 anos, Trump é acusado de falsificar 34 documentos contábeis para ocultar o pagamento de 130.000 dólares (R$ 670.000 na cotação atual) a Daniels, fazendo-o passar como honorários de seu então advogado Michael Cohen na reta final das eleições de 2016, quando venceu Hillary Clinton. 

Os advogados de Trump queriam apresentar Stormy Daniels perante o júri como "sórdida, gananciosa e pouco confiável", acusando-a de "extorquir" o magnata, candidato republicano nas eleições de novembro contra o presidente democrata Joe Biden.

Durante quase oito horas de interrogatório, somadas as audiências de terça e quinta-feira, Daniels explicou aos jurados a aventura de uma noite que, segundo ela, teve com Trump em um torneio de golfe de famosos.

Hoje, os advogados de Trump sugeriram que Daniels buscava dinheiro com essa suposta relação que contou em um livro, pelo qual teria recebido 800.000 dólares (R$ 4,125 milhões, na cotação atual), segundo a defesa.

- 'O odiava' -

Ela foi acusada de aparecer em um clube de strip-tease com uma foto de Trump e o slogan "Making America Horny Again (Deixando a América com Tesão de Novo)".

"Nunca utilizei esse slogan: o odiava", disse Daniels, de 45 anos.

Na terça-feira, ela descreveu com riqueza de detalhes o suposto encontro com Trump em um torneio de golfe em 2006: seu pijama, sua cueca, a posição sexual e que não usou preservativo, sob o olhar irascível do bilionário.

E embora não tenha sido "ameaçada verbal nem fisicamente", disse que havia se sentido "envergonhada por não o ter impedido, por não ter dito que não".

Após mencionar que Daniels havia dirigido e participado de mais de 150 produções pornô, a advogada de Trump disse à ex-atriz que ela que tinha "muita experiência em fazer com que histórias falsas de sexo parecessem reais".

"Se esta história não fosse real, eu teria escrito algo muito melhor", respondeu Daniels. 

Os advogados de Trump chegaram a pedir a anulação do julgamento na terça-feira, alegando que o depoimento de Daniels é "extremamente prejudicial" para um caso que versa essencialmente sobre registros contábeis relacionados com as eleições. O juiz Juan Merchan, no entanto, rejeitou o pedido.

Nesta quinta, a defesa voltou a pedir a anulação.

Depois de Daniels, subiram no estrado outras três testemunhas, entre elas Madeleine Westerhout, ex-diretora de operações do Salão Oval da Casa Branca, que descreveu Trump como um homem prático.

- 'Caso Frankenstein' -

Falando aos repórteres do lado de fora do tribunal nesta quinta-feira, Trump chamou o julgamento de "caso Frankenstein". 

"O promotor está inventando à medida que avança", gritou o magnata, que não fez referência ao interrogatório. 

Merchan proibiu Trump, que durante anos chamou Daniels de "cara de cavalo", além de outros insultos, de falar publicamente sobre testemunhas, jurados e funcionários do tribunal.

O ex-presidente disse na quinta-feira que entrou com um recurso contra a ordem de silêncio em um tribunal de apelações, mas não forneceu mais detalhes. 

Seu advogado exigiu que fosse permitido a Trump responder publicamente às afirmações de Daniels sobre seu encontro, agora que ela já prestou depoimento.

Merchan, que já impôs 10.000 dólares (pouco mais de 50.000 reais) em multas ao magnata por desacatar sua ordem, se negou a suspendê-la.

Além do caso de Nova York, Trump foi acusado em Washington e na Geórgia de conspirar para anular os resultados das eleições de 2020 e, na Flórida, de supostamente fazer mau uso de documentos confidenciais após deixar a Casa Branca, mas este último caso foi adiado indefinidamente.

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© Agence France-Presse

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