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7 meses

Premiê da Eslováquia segue em estado 'muito grave' após tentativa de assassinato

16/05/2024 06h49

O primeiro-ministro da Eslováquia, Robert Fico, está em condição estável, mas o quadro de saúde permanece "muito grave", anunciou o vice-primeiro-ministro Robert Kalinak, depois que o chefe de Governo passou por uma cirurgia de emergência após uma tentativa de assassinato.

Os cirurgiões passaram várias horas na sala de operação durante a noite, lutando para salvar a vida do político de 59 anos que foi baleado, em um ataque condenado em todo o mundo.

"Os médicos conseguiram estabilizar o paciente durante a noite", afirmou Kalinak, que também é ministro da Defesa.

"Infelizmente, o estado de saúde ainda é muito grave porque os ferimentos são complexos", acrescentou em uma entrevista coletiva diante do hospital Roosvelt de Banska Bystrica, na região central do país.

A diretora do hospital, Miriam Lapunikova, disse que Fico foi submetido a uma cirurgia de cinco horas. Ela confirmou um quadro "realmente grave" e disse que o primeiro-ministro permanecerá na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

Robert Fico foi atingido por vários tiros na tarde de quarta-feira, no início de uma reunião de gabinete em Handlova, no centro da Eslováquia.

O atentado provocou uma grande comoção no país do centro da Europa e uma onda de condenações internacionais.

Segundo Kalinak, este foi um "ataque político" e é necessário reagir ao atentado.

"Ameaça sem precedente à democracia"

As imagens registradas logo após o tiroteio mostraram agentes de segurança retirando Fico, ferido, do chão e o levando para um veículo preto. Ao mesmo tempo, alguns policiais algemavam um homem na calçada.

Segundo a imprensa eslovaca, o suspeito do ataque é um escritor de 71 anos.

"Não tenho a menor ideia do que meu pai estava pensando, o que estava planejando ou a motivação", disse o filho do suspeito ao site de notícias eslovaco aktuality.sk.

O líder populista, acusado de ser próximo do Kremlin, foi atingido por vários tiros.

O presidente eleito da Eslováquia, Peter Pellegrini, disse ter ficado "horrorizado" ao saber do ataque contra seu aliado.

"Uma tentativa de assassinato contra o titular de um dos principais cargos constitucionais é uma ameaça sem precedentes à democracia eslovaca", acrescentou na rede social X.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, também condenou veemente "o ataque vil". "Esses atos de violência não cabem em nossa sociedade e violam a democracia, nosso bem comum mais precioso", afirmou.

Outros governantes europeus enviaram mensagens de apoio a Fico, incluindo os primeiros-ministros da Espanha, Pedro Sánchez, da Polônia, Donald Tusk, República Tcheca, Petr Fiala, e Reino Unido, Rishi Sunak.

Também houve reações da América Latina. O governo do Brasil expressou consternação e repúdio ao ataque, e o Chile condenou "toda forma de violência que atente contra a democracia".

Relações com a Ucrânia

Além de seu atual mandato como primeiro-ministro, Fico também esteve à frente do governo em outros dois períodos, 2006-2010 e 2012-2018.

Desde a sua última eleição, em outubro, o premiê fez uma série de comentários que enfraqueceram os laços entre a Eslováquia e Ucrânia, ao defender uma solução negociada com a Rússia pelo fim da guerra.

Quando ele foi eleito, a Eslováquia parou de enviar armas para a Ucrânia, que enfrenta uma invasão russa desde 2022. Durante a campanha eleitoral, ele prometeu que não forneceria a Kiev "uma única bala".

Apesar das relações complicadas, o presidente ucraniano, Volodimir Zelensky, condenou o que chamou de ato de violência contra o chefe de Governo "do Estado parceiro vizinho".

O presidente russo, Vladimir Putin, classificou o ataque como um "crime hediondo", descrevendo Fico como "um homem corajoso e decidido".

Fico também provocou protestos em massa devido às suas mudanças controversas, incluindo uma lei de Comunicação que, segundo os críticos, prejudicará a imparcialidade da rádio e da televisão públicas.

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