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'Todo mundo com Edmundo': oposição a Maduro começa campanha na Venezuela

Antes desconhecido, Edmundo González, 74, participou de ato ao lado de María Corina Machado Imagem: Juan Barreto/AFP

18/05/2024 21h00

"Imaginemos por um momento o país que vem aí": Edmundo González Urrutia tem uma fala pausada, mas seu discurso desperta paixões. O desconhecido que se tornou candidato da oposição à presidência da Venezuela participou neste sábado (18) do seu primeiro ato.

O comício aconteceu na cidade de La Victoria, onde esse diplomata de carreira nasceu, há 74 anos. "Garanto uma transição pacífica", prometeu, diante de milhares de pessoas.

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González Urrutia foi designado pela coalizão Plataforma Unitária Democrática (PUD) como candidato único, após a inabilitação da favorita, María Corina Machado, e o veto à primeira opção dela para substituí-la, Corina Yoris.

"Todo mundo com Edmundo", diz o jingle da campanha. Vestida de branco, María Corina chega ao ato passando pelo meio do povo, o que já se tornou tradição. Todos querem tocá-la e beijá-la.

O calor é escaldante, mas ela não perde o sorriso. Depois de 10 minutos, a opositora chega ao palanque, sob aplausos.

'Dia histórico'

Enquanto María Corina recupera o fôlego, o acadêmico Edgar Benarroch, que cresceu com González, toma a palavra e analisa a difícil missão de derrubar Maduro, que busca o terceiro mandato.

"Temos que arrumar a casa para construir a Venezuela que queremos conquistar", diz Benarroch. A cada pausa, a multidão clama por María Corina.

A opositora assume o microfone: "Este é um dia histórico, do qual iremos nos lembrar por toda a vida", diz, com o brio que caracteriza seus discursos.

"Achavam que fossem tirar a nossa força, que fossem frustrar ou desmoralizar a nossa gente. E não, a única coisa que nos deram foram mais razões para lutar", afirma María Corina, aplaudida.

Chega a vez de González Urrutia, apresentado como o próximo presidente da Venezuela. Ele promete "um país onde o presidente não insulte" seus adversários, distanciando-se do estilo beligerante do chavismo, no poder há 25 anos.

"Um país onde, ao chegar em casa do trabalho, você saiba que o seu dinheiro tem valor. Que, ao acender o interruptor, haverá luz. Haverá água. Um país onde a saúde não esteja doente e a educação eduque. Um país sem presos políticos."

Os apoiadores presentes pediam em seus cartazes o fim dos cortes de luz e água e das filas para abastecer.

González já havia participado de um ato político em Caracas nesta semana, porém bem menor.

Paralelamente, o chavismo organizou uma passeata na mesma cidade, seguindo a estratégia de acompanhar María Corina. Diosdado Cabello, considerado o número dois do chavismo, chamou González de "fantoche". "É o candidato dos que pediram sanções, bloqueios, invasões", provocou, no palanque.

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