Direita francesa enfrenta fraturas para as eleições antecipadas
A fratura no tradicional partido de direita francês Os Republicanos (LR) se aprofundou ainda mais nesta quinta-feira (13) à medida que se intensifica a campanha para as eleições legislativas antecipadas convocadas pelo presidente centrista Emmanuel Macron.
O presidente da LR, Éric Ciotti, propôs esta semana uma aliança com o partido de extrema direita Reagrupamento Nacional (RN) de Marine Le Pen para as eleições, possibilidade que foi rejeitada pela maioria dos responsáveis de sua formação e que levou à sua exclusão do partido na quarta-feira.
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Mas nesta quinta, Ciotti afirmou que ainda é o líder e considerou que sua destituição era juridicamente nula. "Sou presidente do partido, vou para o meu gabinete e pronto", disse à imprensa ao chegar à sede do partido, em Paris, afirmando ter contestado a sua destituição nos tribunais.
Ciotti, à frente do partido de direita que governou a França no passado com os presidentes Jacques Chirac e Nicolas Sarkozy, garantiu que compartilha com o RN uma visão conjunta de "valores de direita" e que isso permitiria ao LR "conservar deputados".
A extrema direita é favorita nas pesquisas para as eleições legislativas antecipadas com dois turnos, em 30 de junho e 7 de julho.
Até hoje, os partidos da chamada direita republicana nunca aceitaram alianças com a extrema direita e, pelo contrário, chegaram inclusive a apelar à esquerda para formar uma frente comum.
Apesar da oposição de altos funcionários, alguns membros do partido conservador continuam abertos a votar em candidatos de extrema direita. François-Xavier Bellamy, o cabeça da lista do LR para as eleições europeias de domingo, disse nesta quinta-feira que "é claro" que votaria em um candidato do RN contra a esquerda em um segundo turno.
"Farei todo o possível para impedir que A França Insubmissa (LFI) chegue ao poder", declarou Bellamy à estação de rádio Europe 1, referindo-se à formação de extrema esquerda que concordou com uma aliança com outros partidos de esquerda para as eleições legislativas.
Macron chocou a França no último domingo ao convocar eleições legislativas antecipadas, após a vitória da extrema direita francesa nas eleições para o Parlamento Europeu.
A antecipação eleitoral não afeta Macron, que continuará como presidente até 2027, mas corre o risco de que no final do seu segundo e último mandato tenha de compartilhar o poder com um governo de outra ideologia política em uma "coabitação".
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