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Vídeos curtos são a principal fonte de informação dos jovens, alerta estudo

17/06/2024 11h24

Vídeos curtos veiculados nas redes sociais são a principal fonte de informação dos jovens, à frente da mídia tradicional, segundo um relatório anual do Instituto Reuters. 

"Os vídeos estão se tornando a principal fonte de informação online, especialmente entre os mais jovens", destaca o relatório do Instituto Reuters para o Estudo do Jornalismo, vinculado à Universidade de Oxford. 

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"O TikTok continua sendo a [rede] mais popular (...) e a porcentagem de quem a utiliza para receber notícias cresceu 13% em todos os mercados e 23% para quem tem entre 18 e 24 anos", explica o texto.

O relatório é baseado em pesquisas online realizadas pela empresa YouGov entre 95 mil pessoas em 47 países.

O crescimento é ainda maior "na África, na América Latina e em partes da Ásia", alertam os especialistas.

Destaca-se o caso do Peru, onde 30% dos entrevistados afirmaram que o TikTok é a sua principal fonte de informação, ante 2% na Dinamarca. 

Seguindo a tendência dos últimos anos, o estudo mostra que dois terços dos entrevistados em todo o mundo assistem a pelo menos um vídeo curto (de alguns minutos) sobre um tema informativo toda semana. 

Até 85% dos entrevistados no Peru assistem semanalmente a vídeos curtos para se informar, 77% no México (mesmo número da Colômbia), 76% no Brasil, 75% no Chile e 66% na Argentina. 

Estes números diminuem, embora não drasticamente, entre os países mais desenvolvidos: 64% na Espanha, 60% nos Estados Unidos, 57% no Canadá, 45% na França e 49% na Alemanha.

O grande problema para a mídia tradicional é que quase 72% deste consumo de vídeos ocorre em plataformas e redes sociais, em comparação com apenas 22% nos seus sites originais, o que levanta questões sobre a sua capacidade de gerar lucro. 

- Diferença de idade -

Assim como no ano passado, observa-se uma dicotomia entre as redes.

No Facebook e no X (antigo Twitter), cujas audiências envelheceram, a mídia tradicional continua dominante, embora estas redes tendam a dar cada vez menos espaço à informação. 

Mas no TikTok, Instagram, Snapchat e YouTube, de público mais jovem, a busca por informação é feita mais por meio de criadores de conteúdo e influenciadores do que por veículos tradicionais e jornalistas.

"Os consumidores adotam o vídeo porque é de fácil acesso e oferece uma grande variedade de conteúdos. Mas muitos veículos de comunicação tradicionais permanecem ancorados em uma cultura de texto e têm dificuldade em se adaptar", afirma Nic Newman, principal autor do texto. 

"O novo presidente populista da Argentina, Javier Milei, tem uma conta no TikTok com 2,2 milhões de seguidores", aponta o relatório.

O novo presidente indonésio, Prabowo Subianto, que obteve uma grande vitória eleitoral em fevereiro, utilizou imagens geradas por inteligência artificial na sua propaganda online.

- Notícias redigidas por IA -

O estudo cita o grupo de mídia alemão KStA, que usa um programa de IA chamado Klara Indernach para escrever mais de 5% de seu conteúdo. 

Paralelamente a estas experiências em veículos de comunicação estabelecidos, alguns sites utilizam IA para piratear conteúdos, sem autorização ou controle humano, a fim de gerar tráfego e ganhar dinheiro. 

Questionados sobre a IA, os consumidores entrevistados "geralmente estão preocupados com o seu uso para processar informação".

No entanto, "são mais favoráveis ao uso da IA para realizar determinadas tarefas como transcrever textos ou traduzir, ou seja, quando ajuda os jornalistas e não quando os substitui". 

Os modelos de IA são alimentados por dados que encontram na Internet, incluindo conteúdos de imprensa, para produzirem textos ou imagens a partir de um simples pedido formulado em linguagem comum pelos seus usuários.

Para obter remuneração, alguns veículos de comunicação optaram por chegar a acordos com os grandes empresas de IA, como a americana OpenAI (criadora do ChatGPT).

É o caso do francês Le Monde, da agência de notícias americana The Associated Press (AP), do grupo alemão Axel Springer, do conglomerado espanhol Prisa Media e do jornal britânico Financial Times. 

Por outro lado, jornais americanos como o The New York Times e o Chicago Tribune processaram a OpenAI por violação de direitos autorais.

pr/mch/jz/mb/aa/fp

© Agence France-Presse

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