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Americano processa Chile por ter sido raptado ao nascer

Jimmy Lippert Thyden Imagem: Reprodução/Reuters

01/07/2024 17h46Atualizada em 01/07/2024 18h26

Jimmy Lippert Thyden, um advogado americano de 43 anos, processou, nesta segunda-feira (1º), o Estado chileno por ter sido raptado ao nascer e entregue para adoção de forma irregular para uma família nos Estados Unidos, algo do qual tomou conhecimento há um ano.

Sua história é mais um dos mais de 50.000 casos estimados de adoções ilegais que ocorreram no Chile entre 1950 e 1990, muitos dos quais foram acolhidos por famílias no exterior.

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O objetivo "é começar a corrigir uma injustiça ocorrida há 43 anos, quando nasci no Hospital do Salvador [em Santiago], não muito longe daqui, quando me tiraram da minha mãe ao nascer", disse Thyden na sede dos tribunais, na capital chilena.

O advogado, que hoje vive na Virgínia, começou a conhecer a verdade sobre sua origem em abril de 2023, quando leu informações sobre pessoas nascidas no Chile que tinham sido roubadas no nascimento, mas que tinham conseguido se reunir com seus parentes biológicos.

Com a ajuda de diversas ONGs de Chile e Estados Unidos, ele fez exames de DNA que confirmaram o que suspeitava: sua família consanguínea era chilena.

Thyden nasceu prematuramente e foi colocado em uma incubadora. Sua mãe recebeu alta, mas, ao retornar para buscar o bebê, lhe disseram que ele tinha morrido e que haviam se encarregado de seu corpo.

Contudo, na realidade, ele foi raptado e retirado de forma ilegal do país para ser entregue para adoção nos Estados Unidos.

Em agosto do ano passado, Thyden viajou ao Chile para conhecer sua mãe biológica, María Angélica González, e seus irmãos, na cidade de Valdivia, 850 km ao sul de Santiago.

"Não podem me devolver os 43 anos sem minha família. Não podem me entregar o tempo [perdido] com meus irmãos e minha irmã, e com minha mãe, de quem eu tanto senti falta", afirmou o advogado.

"Fui privado de meu país, minha cultura, meu idioma, minha família. Fui privado de minha identidade", afirmou emocionado, ao reconhecer que o Estado chileno só pode minimizar o problema, mas "não pode solucioná-lo".

Thyden espera que seu exemplo sirva para que outras pessoas com casos similares possam se reencontrar com suas famílias biológicas e para que o governo e o Estado chileno ajudem nessa tarefa.

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