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Rival fantasma: a busca de Israel para prender o novo líder do Hamas

Yahya Sinwar líder do Hamas em Gaza Imagem: Reprodução/Redes Sociais

12/08/2024 05h30

Desde o ataque sem precedentes do Hamas em 7 de outubro, Yahya Sinwar é um dos homens mais procurados por Israel, mas o novo líder político do movimento islamista palestino segue sendo difícil de ser encontrado.

"Esse ataque abominável foi decidido por Yahya Sinwar", declarou, naquele momento, o chefe do Estado-Maior do Exército israelense, Herzi Halevi, assegurando que "ele e todos os seus subordinados são homens mortos".

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O Exército israelense acredita que Yahya está escondido na rede de túneis do Hamas sob a Faixa de Gaza. Em dezembro, o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, anunciou que o Exército cercou sua casa, mas, desde então, não houve mais rumores nem especulações sobre seu paradeiro.

"Há muitas perguntas sem respostas", diz Michael Milstein, um analista israelense que assessorava até 2018 organismos do Ministério da Defesa sobre a questão palestina.

As imagens de Yahya Sinwar já eram raras antes do ataque do Hamas de 7 de outubro que levou à morte de 1.198 pessoas no sul de Israel, em sua maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais israelenses.

Os milicianos islamistas também sequestraram 251 pessoas, das quais 111 seguiriam cativas em Gaza, incluindo 39 mortos, segundo Israel.

Até agora, a ofensiva lançada por Israel em resposta ao ataque deixou 39.699 mortos em Gaza, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas desde 2007, que não especifica o número de civis e combatentes mortos.

Sinwar não é visto em público desde o ataque, mas, em meados de fevereiro, o Exército israelense divulgou um vídeo em que ele supostamente aparece em um túnel em 10 de outubro.

As imagens são de uma câmera de vigilância descoberta durante uma operação do Exército israelense. A AFP não conseguiu verificar de maneira independente a autenticidade deste vídeo em preto e branco.

'De esconderijo a esconderijo'

O ministro da Defesa israelense, Yoav Gallant, afirmou que Yahya Sinwar estava "foragido" e que ia "de esconderijo a esconderijo".

Também há rumores de encontros entre o dirigente e pessoas sequestradas em Israel em 7 de outubro.

Em novembro, Yocheved Lifshitz, uma refém de 85 anos recém-libertada em uma troca de sequestrados por prisioneiros palestinos, afirmou que havia visto uma autoridade do Hamas, que identificou ser Sinwar.

Mas, após interrogá-la, os serviços de segurança chegaram à conclusão de que não era Sinwar, explicou seu filho ao canal 13 da televisão israelense.

"Sinwar dirige atualmente o movimento (...). Se comunica por meios complexos com todos os altos dirigentes do movimento, tanto dentro como fora, assim como com os comandantes de campo da Al Qasam", o braço armado do Hamas, assegurou à AFP um dirigente do Hamas sob condição de anonimato.

Sinwar foi nomeado como novo líder do Hamas na terça-feira e, segundo a mesma fonte, ele falará "em breve" sobre o tema.

Fantasmas

Enquanto isso, sua ausência parece gerar a aparição de fantasmas.

Alguns afirmam que o viram sair às ruas da Faixa de Gaza para celebrar sua nomeação ou falar com famílias de Gaza deslocadas pela guerra. Tudo sem provas.

Na imprensa israelense, as pessoas que estiveram em contato com ele durante os 23 anos que passou nas prisões israelenses compartilham anedotas e diagnósticos sobre sua pessoa, às vezes contraditórios.

Chancelarias, correspondentes estrangeiros e outros comentaristas se perguntam como o líder do Hamas se comunica com o exterior, especialmente no contexto das negociações indiretas de cessar-fogo com Israel, onde suas respostas demoram vários dias para chegar.

"Não me surpreenderia que estivesse rodeado de reféns, como escudos", afirma Milstein. "Tem muitos homens ao seu redor que são leais a ele, e deve estar recebendo ajuda dos habitantes de Gaza que, ou o temem, ou aderem à ideologia do Hamas".

Embora alguns afirmem que ele deixou a Faixa de Gaza, a maioria dos especialistas sobre o Hamas refutam a ideia. "Um comandante não abandona seus combatentes", afirmou o historiador militar israelense Guy Aviad.

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