Jamil Chade

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Reportagem

Brasil retoma serviço consular na Síria e caminha para reabrir embaixada

O governo brasileiro restabeleceu os serviços consulares em Damasco e caminha para reabrir a embaixada na Síria. Fontes diplomáticas informaram ao UOL que os trâmites já estão em andamento e que, a partir do dia 29 de dezembro, o Brasil terá um vice-cônsul de novo na capital síria.

Existem cerca de 3,5 mil brasileiros hoje na Síria e o governo chegou a receber pedidos pontuais de ajuda para transferência de famílias dentro do próprio país. A prioridade é a de garantir um atendimento a essa população, formada majoritariamente por binacionais.

O retorno do embaixador brasileiro André Santos ao posto também deve o ocorrer em breve. O diplomata apenas aguarda as instruções da chancelaria.

No começo de dezembro, diante da queda do governo de Bashar Al Assad, o embaixador deixou a Síria e hoje está em Beirute. Não houve uma ruptura da relação entre os dois países. O descolamento ocorreu apenas para se garantir a segurança dos funcionários.

Ele contou ao UOL que decisão de sair de Damasco ocorreu por conta da situação de segurança, que já vinha se deteriorando e levando várias embaixadas a considerar a saída de Damasco.

Nos primeiros dias de dezembro, os funcionários brasileiros da embaixada foram enviados para fora do país. Mas o embaixador ficou. Uma semana depois, ele também foi retirado.

Segundo ele, a aviação israelense, que já estava bombardeando várias partes do país e Damasco, iniciou um bombardeio mais frequente e mais intenso. Um desses ataques ocorreu nas proximidades do bairro da embaixada. "O ataque era contra um aeródromo, que fica três quilômetros da embaixada", contou o diplomata.

"Mas o que chocou é que os explosivos que foram lançados foram tão fortes que superou em muito os bombardeios que ocorreram até mais perto da embaixada. Eu estava no meu escritório. Com a onda de choque, literalmente vi a janela entrar. Ela quase implodiu. O barulho foi ainda mais violento", disse.

"Essas explosões bem mais fortes me levaram a pedir para Brasília a minha inclusão na lista de pessoas a deixarem Damasco. O próprio ministro Mauro Vieira me ligou e perguntou o que poderia fazer para garantir nossa segurança", contou.

Reportagem

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