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Colômbia reforça segurança da COP16 diante de ameaças da guerrilha

14/10/2024 19h40

A Colômbia reforçou, nesta segunda-feira (14), a segurança na cidade de Cali, que sediará a cúpula de biodiversidade COP16 na próxima semana, diante de "possíveis represálias" da guerrilha devido a operações militares na região.

O governo mobilizou dezenas de veículos blindados e 11 mil policiais e militares em Cali para "garantir o desenvolvimento bem-sucedido" da COP16, informou a vice-ministra da Defesa Daniela Gómez à imprensa local.

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O presidente Gustavo Petro também garantiu que "a segurança da COP16 está garantida".

No fim de semana, o Exército avançou com veículos blindados sobre um reduto do Estado-Maior Conjunto, a maior dissidência da extinta guerrilha das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), localizado a cerca de 130 km de Cali, no departamento de Cauca, sudoeste do país.

Em meio a intensos combates que deixaram pelo menos 20 feridos, os guerrilheiros pediram às delegações internacionais que não comparecessem à cúpula das Nações Unidas sobre biodiversidade.

"Com a recente Operação Perseu no Cânion de Micay, avalia-se a possibilidade de represálias por parte dos grupos armados organizados", disse a vice-ministra em entrevista ao jornal El Tiempo.

"Para enfrentar essa situação, a presença da força pública foi reforçada", acrescentou.

- Policiais americanos -

Após meses de ataques contra as forças de segurança, os dissidentes das Farc que operam no sudoeste do país haviam declarado uma trégua para facilitar a realização da cúpula, que contará com a participação de cerca de 18 mil representantes de 200 países, segundo a polícia.

No entanto, a operação militar com veículos blindados no Cânion de Micay desencadeou uma nova onda de violência.

O presidente autorizou bombardeios contra os guerrilheiros, em resposta a um recente ataque dos rebeldes com explosivos lançados por drones que deixou 17 feridos.

Petro "supervisiona desde quinta-feira o esquema" de segurança para a COP16, disse à imprensa em Cali o general William Salamanca, diretor da Polícia Nacional.

Já o prefeito de Cali, Alejandro Eder, anunciou nesta segunda-feira a chegada de uma delegação da polícia de Nova York à cidade.

"Eles vão trazer assistência técnica para fortalecer nossas capacidades em antiterrorismo", explicou Eder na rede social X.

- Bandeiras e rajadas de fuzil -

A ministra do Meio Ambiente, Susana Muhamad, hasteou nesta segunda-feira a bandeira azul da ONU no Centro de Eventos Valle del Pacífico, em Cali, onde se reunirão 14 chefes de Estado e mais de 100 ministros do meio ambiente.

"Desde hoje, somos o epicentro das negociações mais importantes para a conservação do nosso planeta", celebrou Muhamad.

Iván Mordisco, principal comandante rebelde da região, disse em julho que a COP16 fracassaria, mesmo que o governo militarizasse "a cidade com gringos [americanos]".

Mordisco se afastou em abril dos diálogos de paz que o governo mantém com várias facções dissidentes, após descumprir repetidamente as tréguas acordadas com o poder público.

Um posto policial foi alvejado no domingo por dissidentes com rajadas de fuzil no município de Corinto, a cerca de 30 quilômetros de Cali, denunciou a associação de povos indígenas do departamento de Cauca.

Ataques semelhantes ocorreram em outros quatro municípios de Cauca, onde há grandes cultivos de folha de coca controlados pelos guerrilheiros que se afastaram do pacto de paz que desarmou a extinta guerrilha em 2017.

O general Salamanca defendeu a Operação Perseu e parabenizou o Exército por ter chegado ao Cânion de Micay, "onde, há mais de 10 anos, não havia presença do Estado, e muito menos da força pública".

jss/mel/lbc/ic/mvv/jb/rpr

© Agence France-Presse

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