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ONU denuncia 'piores restrições' à ajuda humanitária em Gaza desde início da guerra

Criança caminha entre tendas após ataque aéreos a campo de refugiados de Bureij, em Gaza Imagem: 8.out.2024- Eyad BABA / AFP

15/10/2024 14h33Atualizada em 15/10/2024 16h02

A ONU estimou, nesta terça-feira (15), que a população da Faixa de Gaza está enfrentando as piores restrições que limitam a ajuda humanitária desde o início da guerra há um ano, alertando especialmente sobre o impacto devastador dessa situação nas crianças.

"A situação das crianças é cada dia pior que o anterior", declarou James Elder, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância, Unicef.

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A ofensiva de represália israelense na Faixa de Gaza pelos ataques do movimento islamista Hamas de 7 de outubro de 2023 em Israel devastou amplas áreas do território palestino.

O Exército israelense intensificou suas operações no norte do território, onde milhares de pessoas estão presas, segundo a ONU.

"A quantidade de ajuda humanitária que foi enviada em agosto à Faixa de Gaza foi a mais baixa em um mês desde quando estourou a guerra", declarou Elder, que acrescentou que houve "vários dias durante a semana passada [nos quais] não se autorizou entrar nenhum caminhão".

"Provavelmente, estamos assistindo às piores restrições jamais vistas em matéria de ajuda humanitária", denunciou.

No início do ano, quando a ONU temia uma crise de fome na Faixa de Gaza, houve "uma verdadeira pressão para abrir novas rotas e novos pontos de acesso", destacou Elder.

Mas hoje, "a situação é totalmente contrária", explicou, acrescentando que desde maio, "os pontos de entrada foram sistematicamente bloqueados".

O norte da Faixa "não recebeu nada de comida, nenhuma ajuda alimentar durante todo o mês de outubro", lamentou.

Essa situação, somada aos incessantes bombardeios e ao fato de que ao redor de 85% do território recebeu ordens de evacuação, faz com que a Faixa seja "totalmente inabitável", declarou.

Apesar de tudo isso, na segunda-feira começou uma segunda fase da campanha de vacinação contra a pólio, na qual foram administradas cerca de 93.000 doses, indicou o porta-voz da Organização Mundial da Saúde, Tarik Jasarevic.

A campanha de vacinação contra a pólio começou depois que o território palestino confirmou o primeiro caso dessa doença em 25 anos.

Como a primeira, essa segunda fase estará dividida em três etapas, graças também às pausas humanitárias observadas para esse fim.

O objetivo é administrar uma segunda dose em mais de 590.000 crianças de menos de dez anos.

nl/rjm/db/dsa/clr/bc/mb/dd/jb

© Agence France-Presse

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