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Dados para manter a esperança antes da COP29

07/11/2024 08h28

Apesar do fluxo de más notícias relacionadas às mudanças climáticas, algumas tendências favoráveis à transição energética foram registradas recentemente.

A seguir, três exemplos, a menos de uma semana antes do início da grande conferência do clima, a COP29, em Baku.

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- Entre 0,7°C e 0,9°C a menos de aquecimento -

Em 2015, quando o Acordo de Paris foi aprovado, as políticas de vários países colocaram o mundo na trajetória de um aquecimento de 3,5°C até 2100 na comparação com a era pré-industrial, segundo uma estimativa divulgada na época pela Agência Internacional de Energia (AIE).

Nove anos depois, os novos compromissos ajustaram a trajetória para 2,6°C - 2,8°C, segundo os cálculos da ONU Meio Ambiente.

Este é um ajuste significativo em relação ao ano passado, quando a ONU afirmou que o mundo estava em uma trajetória de aquecimento de 2,5°C a 2,9°C.

Contudo, se não houver um "salto adiante" na ação dos Estados contra o aquecimento, o limite de +1,5º C "em breve estará morto", alertou recentemente a ONU.

O objetivo ainda é tecnicamente possível, mas cada vez mais improvável.

- Pico dos combustíveis fósseis à vista -

Atualmente responsável por quase um terço das emissões mundiais de CO2, a China estaria perto, segundo muitos especialistas, de seu pico de emissões, muito antes do compromisso estabelecido para 2030. O país instala a cada ano quantidades sem precedentes de painéis solares.

Segundo o site CarbonBrief, que analisou dados oficiais e comerciais, as emissões chinesas não aumentaram no terceiro trimestre de 2024, apesar de uma retomada do uso de carvão. As emissões permaneceram no mesmo nível, ou levemente abaixo, do nível no terceiro trimestre de 2023.

"Parece que as emissões estão se estabilizando e poderiam começar a cair caso o rápido aumento das energias limpas continue", explica à AFP Lauri Myllyvirta, do Centro de Pesquisa sobre Energia e Ar Limpo (CREA). 

"Como não há nenhuma política que exija que as emissões da China atinjam o pico agora, o risco é que, se a indústria da construção voltar a crescer, isso pode resultar em um aumento nas emissões ou, pelo menos, em uma longa estagnação", acrescentou.

A trajetória da China a respeito das emissões permanece incerta.

Mas a AIE mantém a avaliação desde 2023: o pico mundial de consumo de energias fósseis (petróleo, gás e carvão) será alcançado "até 2030", graças ao auge das "tecnologias limpas", embora os países produtores de petróleo não concordem e ainda projetem muitos anos de crescimento.

- Transição avança -

O velho axioma de que o crescimento econômico equivale a petróleo tornou-se obsoleto, segundo os ecologistas.

Cada vez mais regiões no mundo conseguem combinar crescimento econômico com redução de emissões de CO2, segundo um estudo do Instituto de Potsdam para a Pesquisa sobre o Impacto Climático.

A análise de dados de 1.500 regiões do mundo nos últimos 30 anos mostra que 30% delas "conseguiram reduzir suas emissões (...) enquanto continuam prosperando economicamente".

Este é o caso da maioria dos países ricos, cujas emissões de CO2 registram queda há vários anos. Os países da União Europeia, por exemplo, reduziram suas emissões em 30% desde 1990, enquanto seu PIB aumentou 70%, segundo o Global Carbon Budget e o Banco Mundial.

O crescimento da energia solar, das bombas de calor e dos veículos elétricos supera com folga as previsões de alguns anos atrás.

As energias renováveis (solar, eólica, etc.) registraram crescimento de 50% em 2023, "o mais rápido das últimas duas décadas", segundo a AIE.

E em 2025, as energias renováveis devem superar o carvão e virar a principal fonte de produção de eletricidade.

bur-spe-sah/jz/meb/fp/aa

© Agence France-Presse

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