Opositor venezuelano renuncia a asilo na embaixada da Argentina em Caracas
Um dos seis opositores refugiados na embaixada da Argentina na Venezuela deixou a sede diplomática na quinta-feira (19) e vai ficar à disposição das autoridades, que concederam liberdade condicional, informou à AFP uma fonte judicial.
Fernando Martínez Mottola foi assessor da aliança de oposição Plataforma da Unidade Democrática (PUD), que denuncia fraude na reeleição do presidente Nicolás Maduro e reivindica a vitória de seu candidato Edmundo González nas eleições de 28 de julho.
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Ele se refugiou na embaixada argentina em Caracas em 21 de março, um dia depois que outros cinco assessores da líder da oposição María Corina Machado fizeram o mesmo. Todos foram acusados de conspiração contra o o governo de Maduro.
Martínez Mottola, um homem discreto, "foi de maneira voluntária até o Ministério Público", disse a fonte, que pediu anonimato e confirmou que o opositor está em casa sob um regime de apresentação à Justiça.
"Ele revelou situações de pressão que viveu dentro da embaixada por parte dos outros opositores", acrescentou.
Uma fonte da oposição, que também pediu anonimato, negou à AFP que tais pressões tenham acontecido.
Os asilados na embaixada da Argentina, que incluem o braço direito de Machado, Magalli Meda, esperam um salvo-conduto para sair do país. Eles denunciam há um mês um "cerco" policial contra a sede diplomática. Eles afirmam que funcionários armados a cercam o local, impedem a entrada de alimentos e cortaram o fornecimento de luz e água.
A embaixada está sem funcionários diplomáticos desde agosto, após a ruptura das relações entre os países como resposta aos questionamentos do governo do presidente argentino Javier Milei sobre a reeleição de Maduro.
A sede estava sendo vigiada pelo Brasil a pedido da Argentina, mas em setembro a Venezuela revogou a permissão. Contudo, o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva insiste que mantém a tarefa.
As tensões entre Caracas e Buenos Aires aumentaram ainda mais na última semana, após as detenções de um policial argentino que chegou ao país para uma visita e de um funcionário local da embaixada
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© Agence France-Presse