Novas medidas no Reino Unido contra supostos traficantes de imigrantes
Suspeitos de tráfico de migrantes poderão enfrentar proibições de viagem e restrições de acesso às redes sociais, anunciou o governo britânico nesta quinta-feira (2), enquanto enfrenta um aumento acentuado nas chegadas irregulares através do Canal da Mancha.
De acordo com dados do Ministério do Interior britânico divulgados na quarta-feira, um total de 36.816 migrantes irregulares cruzaram o Canal da Mancha vindos da França em 2024, um aumento de 25% em relação a 2023.
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Desde que chegou ao poder em julho, o primeiro-ministro trabalhista Keir Starmer prometeu intensificar a luta contra as "gangues" de traficantes de pessoas.
Isso pode incluir um esquema de prevenção de crimes contra os contrabandistas antes que eles sejam acusados criminalmente.
Os indivíduos suspeitos de fazer parte dessas redes estarão sujeitos a "proibições de viagem, proibições de acesso a redes sociais e restrições ao uso de telefones", de acordo com um comunicado à imprensa do governo.
"Ao tomar medidas em um estágio inicial, sem que seja necessária uma condenação, essas medidas provisórias ajudarão a combater os traficantes de pessoas e outras formas de crime grave e organizado", afirma o governo.
O Executivo apresentará um projeto de lei para esse fim nas próximas semanas.
Em um relatório publicado nesta quinta-feira, uma ONG, o Refugee Council, afirma que a política do governo, "incluindo os esforços para desmantelar as redes de contrabando, tornou as travessias pelo Canal da Mancha ainda mais perigosas".
"Os barcos, que estão cada vez mais sobrecarregados e em más condições, aumentaram os riscos para aqueles que fazem a viagem", acusa a ONG, criticando o governo por não tomar medidas para melhorar a assistência aos migrantes em dificuldade durante a travessia.
O Conselho de Refugiados pede ao governo que publique, "juntamente com o Executivo francês", dados sobre as mortes de migrantes no Canal da Mancha, especificando idade, sexo e nacionalidade, se conhecidos.
De acordo com a ONG, 2024 foi "o ano mais mortal já registrado" para migrantes que cruzaram o Canal da Mancha, com pelo menos 69 mortes registradas.
De acordo com as autoridades francesas, pelo menos 76 pessoas morreram em cerca de 20 naufrágios em 2024.
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