Ao concluir mandato, Biden envia mais US$ 8 bi em armas para Israel
Ao apagar das luzes de seu governo, o presidente Joe Biden vai enviar mais US$ 8 bilhões em armas para Israel. Trata-se de uma das maiores operações de fornecimento de equipamentos militares desde que a crise em Gaza começou, em 2023. O atual chefe de estado americano deixa o poder em 20 de janeiro.
Se na ONU e em outros fóruns o governo americano tem se posicionado de forma incondicional ao lado de Israel, diplomatas apontam que são os recursos dos EUA para seu maior aliado na região que tem causado mal-estar.
Num documento enviado ao Comitê de Relações Exteriores da Câmara e ao Comitê de Relações Exteriores do Senado, o Departamento de Estado norte-americano indicou que irá fornecer mísseis AIM-120C-8 AMRAAM e drones, além de projéteis de artilharia, mísseis Hellfire AGM-114, bombas SDBs, ogivas e fusíveis de bomba FMU-152A/B.
No pedido ao Congresso, o governo Biden explicou que as vendas visam "apoiar a segurança de longo prazo de Israel, reabastecendo os estoques de munições essenciais e capacidades de defesa aérea".
Desde os ataques do Hamas contra Israel, em 7 de outubro de 2023, o governo Biden fornecer um volume recorde de armas para o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no valor de US$ 17,9 bilhões.
Mas o fornecimento também foi acompanhado por duas críticas por parte de entidades de direitos humanos, além de protestos em campus universitários.
No início de 2024, Biden chegou a suspender o envio de certas bombas, justificando que estava preocupado com os civis atingidos pela ofensiva de Israel, principalmente na cidade de Rafah, no sul de Gaza.
O tom usado pela Casa Branca abriu um mal-estar com Israel. Mas, durante a campanha eleitoral, os democratas insistiram que jamais deixariam seu aliado no Oriente Médio desprotegido.
Na ONU, o governo americano repetiu um gesto que ficou marcado na história do Conselho de Segurança, ao ser o único a levantar a mão para vetar resoluções que pediam um cessar-fogo em Gaza.
Durante a presidência do Brasil no Conselho da ONU, em outubro de 2023, a diplomacia americana chegou a alertar aos representantes do Itamaraty de que não queriam o envolvimento do órgão internacional na questão entre Israel e o Hamas.
Em intensos debates, os embaixadores de Israel acusaram os demais governos na ONU de estar protegendo o Hamas.
Na Assembleia Geral da ONU, resoluções foram aprovadas pedindo o fim do fornecimento de armas para Israel. Os documentos não tem poder vinculante e foram ignorados por EUA e Israel. A Corte Internacional de Justiça ordenou o fim da ocupação por parte de Israel, mas também foi ignorada.
No Tribunal Penal Internacional, os juízes emitiram um mandado de prisão contra Netanyahu por crimes de guerra e crimes contra a humanidade.
Já as entidades Anistia Internacional e Human Rights Watch, ambas com forte relação com governos Ocidentais, apontaram que Israel estaria cometendo genocídio em Gaza.
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