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Premiê da Dinamarca reúne líderes partidários após fala de Trump sobre Groenlândia

09/01/2025 16h04

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, reuniu, nesta quinta-feira (9), líderes partidários de seu país para informá-los das "medidas adotadas" após as declarações do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre anexar a Groenlândia, que causaram surpresa e ceticismo entre dirigentes europeus.

Na terça-feira, Trump, que voltará à Casa Branca em 20 de janeiro, suscitou incredulidade na Dinamarca ao afirmar suas intenções de anexar o território autônomo dinamarquês, sem descartar uma intervenção militar.

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Desde o fim de 2024, o republicano tem reiterado suas intenções expansionistas, assegurando que o controle da Groenlândia é "uma necessidade absoluta" para "a segurança nacional" dos Estados Unidos e "a liberdade em todo o mundo".

Neste contexto, a primeira-ministra dinamarquesa decidiu reunir os líderes dos partidos representados no Parlamento de seu país.

"Propusemos uma conversa entre nós. Não acredito que algo concreto aconteça até que o presidente eleito tome posse", disse Frederiksen ao fim desta reunião de duas horas, da qual poucos detalhes foram divulgados.

"Nos reunirmos com os líderes partidários nos permite compartilhar as medidas que o governo adotou nos últimos dias", disse a jornalistas o ministro das Relações Exteriores, Lars Løkke Rasmussen.

A primeira-ministra reiterou que não acredita que Trump tentará anexar o território pela força. "Não temos motivos para acreditar que isso vai acontecer", disse.

"Acredito que é preciso levar Trump muito a sério, mas não necessariamente ao pé da letra", havia declarado antes da reunião o ministro das Relações Exteriores, Lars Løkke Rasmussen.

Donald Trump já tinha colocado a Groenlândia na mira em 2019, durante seu primeiro mandato (2017-2021), afirmando querer comprar o território, uma proposta que a primeira-ministra dinamarquesa qualificou como "absurda".

Com 57 mil habitantes, a Groenlândia busca obter sua soberania, mas segue dependendo financeiramente da Dinamarca.

O território, onde os Estados Unidos têm uma base militar, possui enormes reservas minerais e petrolíferas inexploradas, embora a prospecção de petróleo e urânio esteja proibida.

- "No centro do mundo"-

Líderes europeus apoiaram rapidamente a soberania da ilha do Ártico.

A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, descartou, nesta quinta, a possibilidade de que os Estados Unidos tomem à força a Groenlândia e disse que suas palavras constituíam "mais uma mensagem [dirigida] a (...) outros grandes atores mundiais".

O primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, pediu para "manter o sangue frio" diante da multiplicação das declarações polêmicas do republicano.

"Uma das lições do primeiro mandato do presidente Trump é que não se deve reagir a tudo", afirmou.

A chefe da diplomacia da União Europeia, Kaja Kallas, defendeu a "integridade territorial e a soberania" da Groenlândia.

O Kremlin disse, por sua vez, que acompanha "de perto" a retórica "dramática" de Trump e lembrou que o Ártico é uma zona de "interesse nacional", onde a Rússia deseja "manter a paz e a estabilidade".

O Reino Unido evitou condenar as declarações do presidente eleito americano.

"Não estou aqui para condenar nosso aliado mais próximo", disse o chefe da diplomacia britânica, David Lammy, à Sky News, acrescentando que sua tarefa "é interpretar o que há por trás disto".

O governo do território autônomo reafirmou, por sua vez, a vontade de controlar o próprio destino, ao mesmo tempo em que permanece próximo de seu aliado americano.

"A Groenlândia pertence ao povo da Groenlândia e só seu povo decide o desenvolvimento e o futuro da Groenlândia", insistiu o governo.

O primeiro-ministro groenlandês, Mute Egede, disse, nesta quinta, que o território estava "entrando em uma nova era, em um novo ano, onde a Groenlândia está no centro do mundo".

A primeira-ministra dinamarquesa deve se reunir, nesta sexta, com os representantes da Groenlândia e das Ilhas Faroé, outro território autônomo dinamarquês, em uma reunião bianual do reino da Dinamarca.

bur-ef/nzg/bc/pc/mvv/am

© Agence France-Presse

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