Justiça russa adia em uma semana sentença contra advogados de Alexei Navalny

A Justiça russa adiou para 17 de janeiro a sentença de três advogados do falecido líder da oposição Alexei Navalny, acusados de "extremismo", anunciaram seus advogados nesta sexta-feira (10). 

A morte de Navalny há quase um ano na prisão não impediu a repressão contra seus aliados políticos e familiares, a maioria dos quais vive no exílio.

Três de seus ex-advogados - Vadim Kobzev, Alexei Lipster e Igor Sergunin - deveriam ser condenados nesta sexta-feira, mas o tribunal de Petushki, perto de Moscou, decidiu adiar a sentença para 17 de janeiro, disseram os advogados dos réus aos repórteres.

O trio, preso em outubro de 2023, é acusado de participar de uma organização "extremista", um crime que acarreta uma pena máxima de seis anos.

O juiz decidiu realizar o julgamento, que começou em setembro, à porta fechada, deixando apenas o acesso da imprensa para a sentença.

Antes de sua morte, em fevereiro de 2024, Navalny chamou a prisão de seus advogados de "ultrajante" e afirmou que era parte de uma campanha para isolá-lo ainda mais na prisão.

Os investigadores acusaram os advogados de "usar seu status" para passar mensagens entre Navalny e seus associados, ajudando o dissidente a continuar sua atividade política ilegal a partir de sua cela na prisão.

Enquanto estava na prisão, Navalny se comunicava com o mundo exterior por meio de seus advogados, comentando sobre eventos atuais e sua situação com mensagens regulares publicadas em suas redes sociais.

Sergunin se declarou culpado, informou a mídia independente, mas Kobzev e Lipster rejeitaram as acusações. Os promotores estão exigindo mais de cinco anos de prisão para eles.

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Outra ex-integrante da equipe jurídica de Navalny, Olga Mikhailova, agora no exílio, escreveu que os promotores estão exigindo sentenças "selvagens" para os advogados que "defenderam Navalny de forma honesta e profissional por muitos anos".

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© Agence France-Presse

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