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Procissão Marítima de Angra dos Reis não terá apoio da prefeitura este ano

Alana Gandra - Repórter da Agência Brasil

22/12/2016 15h52

A Procissão Marítima de Angra dos Reis, considerada um dos maiores eventos náuticos da América Latina, terá sua estrutura reduzida este ano. A data, entretanto, foi mantida para o dia 1º de janeiro de 2017. Por decisão da prefeita Conceição Rabha, considerando a atual conjuntura de atraso de salários e dificuldade de fechar o ano honrando os compromissos com o funcionalismo, o Executivo municipal não aportará recurso público para os eventos de fim de ano, disse hoje (22) à Agência Brasil o presidente da Fundação de Turismo de Angra dos Reis (TurisAngra), Kleber Valente. "Isso inviabilizou o réveillon, que é uma festa cara, e também o apoio que a gente dá para a procissão marítima", afirmou. No ano passado, a prefeitura investiu na procissão cerca de R$ 200 mil. "Este ano, apesar de ter dinheiro, porque a Fundação é autônoma, não teve decisão do governo para investir no evento." Valente ressaltou que o importante é manter a procissão no calendário turístico da cidade, "porque é o evento público de Angra dos Reis que tem o maior retorno nacional de mídia". Isso significa aumento de turistas, maior arrecadação e maior entrada de divisas para o município. Em razão desse quadro, a procissão contará somente com recursos privados, estimados em cerca de R$ 60 mil, captados em esforço conjunto da TurisAngra e da Associação de Organizadores de Barcos da Procissão Marítima (Aobpmar). Participam também da equipe organizadora a Associação de Barqueiros (ABAR), a Associação de Agências de Turismo (ATAR) e o Angra e Ilha Grande Convention Bureau (AngraCVB). "Ela vai acontecer, um pouco menor", assegurou Valente. Não haverá show musical, eleição da barca madrinha e premiação dos melhores barcos. A Capitania dos Portos, da Marinha do Brasil, está tomando as providências para garantir a segurança da festa. Não é recomendada, por exemplo,  a participação no cortejo de embarcações como motos aquáticas ('jet-skis'), canoas, caiaques e 'stand up paddle' (surfe em pé, numa prancha), bem como botes infláveis e similares. Embora não haja premiação em dinheiro nesta 39ª edição da procissão, a expectativa do presidente da TurisAngra é que se mantenha o nível de embarcações de pequeno, médio e grande porte participantes anualmente, que fica entre 300 e 400 unidades. No ano passado, participaram 350 barcos. A premiação em janeiro deste ano envolveu a distribuição de R$ 52 mil aos vencedores em diversas categorias, como animação, alegoria, originalidade, barco mais enfeitado. "Isso incentiva o pessoal a participar". Kleber Valente deixou claro que o fato de não haver prêmios nessa edição "não quer dizer que não vai ter a participação espontânea das pessoas, como acontece todos os anos, porque o número de barcos que concorrem aos prêmios é muito menor que o número de barcos que vão ao evento". As embarcações se concentrarão na Praia das Flechas, situada na Ilha da Gipoia, a partir do meio-dia. A chegada à Praia do Anil, no centro do município, está prevista para as 15h30.