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Entre lágrimas, Malala afirma que retornar ao Paquistão é um sonho

Da Agência EFE*

29/03/2018 21h59

A ativista Malala Yousafzai  Simon Davis/DFID A ganhadora do Prêmio Nobel da Paz Malala Yousafzai afirmou, entre lágrimas, nesta quinta-feira (29), que seu retorno ao Paquistão é um sonho que se tornou realidade e o melhor dia de sua vida. Foi a primeira visita de Malala ao país natal, desde que o deixou em 2012, após um atentado dos talibãs por sua defesa da educação feminina, informou a Agência EFE.

"É o melhor dia da minha vida. Ainda não posso crer que estou no Paquistão, é um sonho", disse a jovem de 20 anos, bastante emocionada, em discurso transmitido pela televisão. Ela afirmou que, apesar de ter apenas 20 anos, já "viu muita coisa" em sua vida com o aumento do extremismo e do terrorismo em 2007, as dificuldades para estudar e o ataque em 2012, que a obrigou a deixar o país.

A jovem, no entanto, não perdeu a oportunidade de reivindicar o papel da mulher em um discurso no escritório do primeiro-ministro Shahid Khaqan Abbasi, com quem manteve um encontro. "As mulheres também podem ser super-heróis, empresárias... elas precisam de exemplos", disse Malala, que convocou o público, formado por parlamentares e outras autoridades, para se juntar a sua causa. Por sua vez, o primeiro-ministro paquistanês, que a acompanhou, deu boas-vindas à jovem e destacou sua figura em um retorno que causou grande expectativa dentro e fora do país. "Você deixou o país quando tinha 13 anos e agora é a paquistanesa mais conhecida", afirmou Abbasi. Malala chegou na madrugada desta quinta ao Paquistão acompanhada pelo pai, Ziauddin Yousafzai, e um irmão, em uma visita de quatro dias de duração. A jovem ganhou notoriedade ao escrever um blog para a BBC usando o pseudônimo de Gul Makai, no qual denunciava as atrocidades sofridas sob o regime do grupo terrorista Tehrik-i-Taliban (TTP). Em 9 de outubro de 2012, Malala foi vítima de um atentado em Mingora, no noroeste do país, quando dois integrantes do TTP se aproximaram do veículo escolar em que ela estava e atiraram com um fuzil, atingindo-a no crânio e no pescoço. A adolescente foi transportada inconsciente para o Reino Unido, onde recebeu tratamento médico e vive atualmente.

No ano passado, a ativista, que conquistou o Nobel da Paz em 2014, matriculou-se no curso de Filosofia, Ciência Política e Economia da Universidade de Oxford. *É proibida a reprodução total ou parcial desse material. Direitos Reservados