Mutirão carcerário deve atender 50 mil presos até setembro
24/04/2018 14h58
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, anunciou hoje (24) que será realizado a partir de junho um convênio com as defensorias públicas de todo o país para analisar os casos da população carcerária e reduzir o deficit do sistema prisional. A expectativa é que, até o fim do ano, sejam atendidos pelo menos 50 mil presos, o que representa cerca de 7% da população carcerária do país. "Hoje temos uma superpopulação carcerária, que transforma os nossos presídios em arenas de conflitos, que terminam em massacres. É preciso também que aqueles que já cumpriram a pena e poderiam estar fora venham a sair. Fazendo isso estamos reduzindo o deficit de vagas no sistema prisional e outros que tenham cometido crimes considerados hediondos poderão entrar", explicou o ministro. A proposta foi apresentada a Jungmann pelo Colégio Nacional de Defensores Públicos Gerais (Condege). Segundo o ministro, a ideia é focar em presos que cometeram pequenos delitos e que podem ser recuperados pela sociedade. De acordo com o ministro, atualmente o Brasil tem a terceira maior população carcerária do mundo, com 726 mil apenados, sendo que cerca de 40% são presos provisórios. "É melhor colocá-los no semi-aberto, com tornozeleiras ou penas alternativas do que jogar esses jovens na mão do crime organizado, de onde eles jamais sairão", aponta Jungmann.
O ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, preside reunião do Colégio de Defensores Públicos Federais (Condege) - Marcelo Camargo/Agência Brasil