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Presidente Ortega descarta antecipar eleições na Nicarágua

08/07/2018 16h41

Em meio ao acirramento da crise política e social, o presidente da Nicarágua, Daniel Ortega, descartou a possibilidade de antecipar as eleições, previstas para 2021. Em tom crítico, ele atacou os adversários a quem classificou como "golpistas". Segundo o presidente, haverá tempo para as eleições "tal como manda a lei e a seu tempo". Desde 18 de abril, manifestantes saem às ruas das principais cidades da Nicarágua em protesto contra o governo e o presidente Ortega. Os embates entre civis e forças de segurança do governo tornaram cotidianos no país.
A estimativa das organizações não governamentais é que mais de 300 pessoas morreram e pelo menos 150 estão desaparecidas. Ortega convocou os simpatizantes para uma "caminhada pela paz e segurança" no país.

Protestos

Ontem (7) houve protestos contra o governo nas cidades de Granada, Moyogalpa e Rivas (sur). Agricultores fecharam estradas e cobraram a saída de Ortega. Pelo menos cinco pessoas morreram nos últimos ataques das "forças combinadas" do governo da Nicarágua contra cidadãos que se opõem à gestão do presidente Daniel Ortega, informaram neste domingo organizações humanitárias. Nos ataques desta manhã nas cidades de Jinotepe e Diriamba, na região do Pacífico da Nicarágua, três pessoas morreram em decorrência dos disparos. A informação é do Centro Nicaraguense de Direitos Humanos (Cenidh). As identidades dos mortos não puderam ser confirmadas, uma vez que os ataques continuam e seus corpos ficaram jogados nas ruas, dois deles em Diriamba e um em Jinotepe. A quantidade de mortos pode aumentar, segundo o Cenidh, já que os hospitais públicos e privados de ambas cidades foram sitiados pelas "forças combinadas", integradas por policiais, parapoliciais, paramilitares e grupos governistas, equipados com armas de guerra. Outro jovem foi encontrado morto nesta madrugada em Matagalpa. Um homem, que também não foi identificado, foi localizado sem vida na cabine de um trator.  Mario Peralta, de 18 anos, foi morto com 18 disparos durante um ataque na cidade de León, no noroeste da Nicarágua, segundo seus parentes. *Com informações da Deutsche Welle, agência pública de notícias da Alemanha e da EFE.