Ator e cineasta Hugo Carvana morre aos 77 anos no Rio
O ator Antonio Pedro, amigo de Hugo Carvana, disse que ele teve um câncer num dos pulmões há 17 anos, e, recentemente, a doença voltou. "Na casa dele, antes de ele ser internado, a gente via futebol juntos. Ele teve câncer há 17 anos e, quando veio a notícia do câncer no pulmão que sobrou, a gente sabia que era grave. Mas tinha esperança. Pra mim, é uma falta imensa. Ele tinha um roteiro ótimo, ótimas ideias. A gente se conheceu nos anos 1950 e ficou amigo nos anos 1960, no período das passeatas. Hugo é uma parte da minha vida. Estávamos sempre nos divertindo, fazendo bobagens. Trabalhar com ele era muito bom. Era um grande cineasta e isso vai se verificar agora", afirmou, no Hospital Pró-Cardíaco, onde Carvana morreu nesta manhã.
Os filmes mais importantes que Carvana dirigiu foram Vai trabalhar, vagabundo (1974) e Bar Esperança, o último que fecha (1982). Nos anos 2000, foi diretor de Casa da Mãe Joana (2007) e Não se preocupe, nada vai dar certo (2009). Dentre as novelas em que atuou, estão Roda de fogo (1986), O dono do mundo (1991), De corpo e alma (1992) e Celebridade (2003).
Hugo Carvana está entre os homenageados do Festival Internacional de Cinema do Rio, na mostra Homenagem ao Malandro. Neste domingo, 5, o festival exibirá o filme Vai trabalhar, vagabundo, com Carvana, Odete Lara e Paulo César Pereio. É a história de um malandro que sai da prisão e, sem dinheiro, planeja uma revanche entre os dois maiores jogadores de sinuca da época.
"Nem sabia que Carvana estava internado, ele não estava saindo muito de casa. Ele sempre teve problema de coração, era fraquinho. Éramos muito amigos, desde o Cinema Novo. Ele fazia muita televisão e eu, não. Fiz vários filmes com ele e admirava muito seu trabalho. Era um comediante que criou um personagem, como Cantinflas, Charlie Chaplin: seu malandro é um ícone do cinema brasileiro".
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