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Vice-presidências da CPI da Petrobras ficam com PSDB, PDT e PHS

Em Brasília

05/03/2015 11h42

A CPI da Petrobras elegeu como vice-presidentes do colegiado, na manhã desta quinta-feira (5), os deputados Antonio Imbassahy (PSDB-BA), Félix Mendonça Júnior (PDT-BA) e Kaio Maniçoba (PHS-PE). O tucano será o primeiro vice, o pedetista o segundo vice, e Kaio, terceiro.

Durante a votação, o deputado Afonso Florence (PT-BA) reclamou que seu partido não participou do acordo para formação da chapa dos vices e apelou para que as sub-relatorias sejam construídas com a acordância do relator. O petista apelou para que o tensionamento político configurado nos últimos dias não se estenda para a CPI.

O presidente da comissão, o peemedebista Hugo Motta (PB), disse que PT não comunicou interesse pelas funções e que ele procurou membros de partidos diferentes para que houvesse uma composição eclética à comissão e assim dar mais legitimidade a ela. "Não vamos admitir que essa comissão seja tratada aqui como terceiro turno", declarou. Ele ressaltou que não abrirá mão da prerrogativa de indicar os sub-relatores.

O PSOL reclamou da ausência de acordo envolvendo todos os partidos. "Não podemos aceitar acordo de coxia", protestou Ivan Valente (SP). Irritado com o fato de também não ter sido consultado, o líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), anunciou que sairia do bloco (PSDB, PSD e PV) e que, assim que for oficializado o nome dos investigados pelo Supremo Tribunal Federal (STF), pedirá que a Corregedoria da Casa afaste dos cargos todos os arrolados.

Gritos e ofensas

A sessão da CPI começou marcada por bate-boca, gritos, trocas de ofensas e dedos em riste entre o presidente da comissão e os deputados Ivan Valente e Edmilson Rodrigues (PSOL-PA). A polêmica começou com o anúncio, pelo presidente da comissão da criação de quatro sub-relatorias, o que provocou grande discussão, com protestos do PT, PPS, PSOL e PSB. A decisão do presidente provocou divergências porque o relator, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), ainda não havia apresentado seu plano de trabalho aos membros da comissão.

Rodrigues se levantou e foi até a mesa da CPI, chamando o presidente da comissão de moleque. Hugo Motta tem 25 anos. Ele reagiu ao gritos, dizendo que "cabelo branco não é sinônimo de respeito". Os ânimos foram acalmados por outros deputados que se aproximaram da mesa.

Houve também uma troca de farpas entre os deputados Paulo Pereira da Silva (SD-SP), o Paulinho da Força, e Ivan Valente. Ao rebater o questionamento feito por Valente na última reunião sobre a doação de empreiteiras envolvidas na Lava Jato para a campanha eleitoral de parlamentares titulares da CPI, Paulinho disse que seu colega recebeu recursos de seus funcionários. "Fiquei impressionado com algumas doações", disse o deputado, revelando que funcionários doaram a Valente até quatro vezes mais que seus salários.

Valente rebateu dizendo que faz campanha limpa, que recebe recursos de ativistas e que sua campanha recebeu dez vezes menos que a de Paulinho. "Vou pedir investigação sobre o financiamento do Paulinho, não só por empresas mas por entidades", respondeu.