'Reforma não pode institucionalizar o caixa 2', diz Gilmar Mendes
Na iminência de uma definição sobre a legalidade do financiamento empresarial de campanhas eleitorais - tema que está em discussão tanto no Congresso quanto no Supremo Tribunal Federal (STF) -, o ministro Gilmar Mendes, da Corte, avalia que os desvios de contratos da Petrobras já são "um financiamento público heterodoxo".
Em entrevista ao jornal "O Estado de S. Paulo", Mendes afirma temer a institucionalização do caixa 2. "Se nós adotarmos um modelo de doações privadas de pessoas físicas com teto relativamente alto, muito provavelmente vamos ter um sistema de laranjal implantado. É razoável isso?", questionou o ministro.
Na avaliação do ministro, é muito provável que outras decisões do governo continuem sendo analisadas pelo Supremo.
"Tivemos esse caso do Fies [Fundo de Financiamento Estudantil], de ações restritivas de crédito e redesenho de uma política pública. Certamente vamos ter debates aqui sobre medidas do chamado ajuste fiscal envolvendo as ações do governo e do Congresso."
Mendes também fez comparações entre a operação Lava Jato, que investiga irregularidades na Petrobras, e o mensalão. "O que se vem revelando é algo muito mais sério do que o mensalão, que, aparentemente, funcionou concomitantemente com o mensalão e por um período alongado. Fico com a sugestão de que esse é um modo de lidar com o dinheiro público, de como se entende a forma de governança."
As informações são do jornal "O Estado de S. Paulo".
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