Projeto de beisebol em Pirituba pode acabar
Agnaldo Veríssimo da Silva, idealizador e treinador, diz que sem o campo as aulas de beisebol não podem continuar. "São vinte anos de história e de ajuda a crianças carentes. É o único campo de beisebol da periferia, e agora a Prefeitura quer acabar com isso." Veríssimo diz que há pressão para que o espaço seja transformado em quadra de futebol society. "Por isso querem nos tirar lá."
Procurada pelo jornal O Estado de S.Paulo, a Seme informou que o "CDC São José implantou há anos a prática de beisebol de forma irregular (sem anuência de SEME) e utiliza o espaço cobrando mensalidades dos alunos para a prática e treino desse esporte". Afirma ainda que "os mesmos usam um local dentro do CDC e receberam notificação no dia 22 de julho para que amigavelmente desocupassem o imóvel, o que não foi feito até a presente data".
Escolinha de beisebol
Nunca foi fácil para Veríssimo da Silva convencer crianças e adolescentes a praticar um esporte um tanto desconhecido por aqui. Depois de quatro passagens pela Fundação Casa, por crimes como tráfico de drogas, ele percebeu que poderia ajudar jovens a evitar o caminho que trilhou por tanto tempo. As primeiras atividades nesse sentido, voltadas para o ensino de beisebol, tiveram início em 1995.
Nos anos 1980, Veríssimo da Silva havia aprendido o esporte em Mogi das Cruzes. "Cheguei lá na comunidade de japoneses e comecei a jogar. Eu era o ET do lugar", lembra. Na década de 90, quando participava de um grupo de escoteiros no Pico do Jaraguá, ele propôs o beisebol como uma das atividades físicas. A paixão começou a se espalhar pelo distrito. "Se excluirmos a comunidade japonesa, o maior número de praticantes de beisebol no país está aqui", calcula Alexandre Pimenta, autor do site Pirituba.net. Desde 2008, ele se dedica a compilar e divulgar material sobre a história de Pirituba e região.
A primeira turma da escolinha de Veríssimo da Silva tinha sete alunos. Hoje, segundo ele, são cerca de sessenta, além dos 4000 jogadores que já completaram o curso. O treinador conta com a ajuda de uma ONG americana que levanta recursos para a compra de materiais. O Tampa Bay Rays, time da Major League Baseball, principal liga norte-americana, também contribui. A equipe da Flórida presta uma espécie de consultoria, com dicas de organização e até meso levando atletas para fazer testes nos Estados Unidos.
"Alguns de nossos jogadores já foram. Eles dão essa oportunidade. Os americanos já perceberam o potencial de alguns brasileiros", diz Veríssimo e cita o brasileiro Paulo Orlando, atual jogador do Kansas City Royals. "Os pais das crianças não acreditam quando a gente fala. Dizem 'o meu filho é Corinthians, é Real Madrid'. Mas eu digo que eles poderiam era ser do New York Yankees."
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