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Não vamos tratar delinquentes como problema social, diz prefeito do Rio

O prefeito Eduardo Paes (PMDB) fala à imprensa sobre os recentes arrastões que ocorreram durante o fim de semana nas praias da cidade - José Lucena/Estadão Conteúdo
O prefeito Eduardo Paes (PMDB) fala à imprensa sobre os recentes arrastões que ocorreram durante o fim de semana nas praias da cidade Imagem: José Lucena/Estadão Conteúdo

No Rio

22/09/2015 18h30

O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, fez nesta terça-feira (22) um discurso duro contra os arrastões na cidade, que atribui à "falta de autoridade" dos órgãos públicos. "Nós não vamos tratar delinquentes e marginais, que vão para as ruas fazer baderna, como problema social. É um problema de segurança pública. O clima de terror que se espalha não é privilégio dos moradores da zona sul", afirmou Paes, em entrevista convocada para tratar exclusivamente do assunto. "Atrapalha todos os cariocas que frequentam as praias da cidade. Não estamos tratando da imagem internacional da cidade ou de turistas. A praia é o espaço mais democrático do Rio."

O prefeito rechaçou associação entre a condição econômica dos jovens autores de roubos e de sua conduta. "Isso é uma postura desrespeitosa com as pessoas mais pobres. Eu não vou colocar assistente social para conversar com um sujeito com pau na mão. Não nos cabe fazer antropologia e sociologia", afirmou Paes. "Não vamos justificar (os assaltantes) com os problemas sociais do Brasil. Você não vê isso acontecer na avenida Paulista nem nas praias de Pernambuco ou de Alagoas. Isso é falta de autoridade. Autoridade não está se fazendo presente."

Ainda esta tarde, representantes da Guarda Municipal vão se reunir com o secretário de Estado de Segurança, José Mariano Beltrame, para tratar da questão dos arrastões. Segundo Paes, a Guarda Municipal irá apoiar a polícia "dentro de suas limitações". "Não é possível ter um jovem trepado no teto do ônibus e dizer que isso é vulnerabilidade social. Lá em casa, não é."