Chalita fala em 'consenso'; educadores têm dúvidas
O secretário municipal da Educação de São Paulo, Gabriel Chalita (PMDB), disse que o nome de Nalini é "consenso" entre os gestores da área. "Ele tem um espírito conciliador, é um homem de muito diálogo, que tem uma maturidade muito grande para o exercício desse cargo", afirmou.
A educadora Maria Helena Guimarães Castro, ex-secretária estadual da Educação, avaliou que a escolha foi adequada para o momento, depois da crise vivida com a reorganização. "Não é uma pessoa da educação propriamente, mas foi professor de Direito e tem trajetória de vida importante."
Já para o professor Ocimar Alavarse, da Universidade de São Paulo (USP), o principal desafio de Nalini será recuperar o respeito e a confiança dos professores e alunos junto à secretaria. "Tanto na greve como na reorganização escolar, o governo teve uma postura intransigente. Agora, precisa mostrar que está aberto ao diálogo."
Maria Izabel Noronha, presidente da Apeoesp (principal sindicato dos professores), disse que o novo secretário deve não apenas se mostrar aberto ao diálogo, mas de fato negociar com a categoria. "De nada adianta nos receber, ouvir o que temos a dizer e nos ignorar, como foi feito até agora."
Angela Meyer, presidente da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (Upes), admite dúvidas sobre a possibilidade de diálogo. "Todas as grandes questões da educação no ano passado, a greve e a reorganização foram decididas após derrotas do governo no Judiciário. É preocupante a possibilidade de que Nalini possa, com sua influência, blindar a Secretaria da Educação desse tipo de decisão". Angela também se preocupa com o fato de Nalini não ser da área da educação. "Não sabemos o que ele pensa sobre a reorganização, quais são os projetos para a educação pública."
Para Alavarse, além de assumir projetos inconclusos - como a reorganização escolar, plano de carreira dos professores, mudança do currículo do ensino médio -, Nalini terá um desafio adicional por não ser da área educacional. "A educação é uma área consolidada, alguém que vem de fora, que não teve militância ou atuação no campo, vai ter a tarefa adicional de se credenciar como um dirigente da educação. Espero que o governador não esteja optando pela via da judicialização das questões de política educacional, porque estaria aprofundando um cenário de ausência de debate."
As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.
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