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Moro não perde por esperar, diz Gilberto Carvalho

Carvalho (foto) disse que o juiz Sérgio Moro agiu ilegalmente e terá de responder pelo que o governo e o PT consideram uma afronta a prerrogativas legais da Presidência - Alan Marques/Folhapress
Carvalho (foto) disse que o juiz Sérgio Moro agiu ilegalmente e terá de responder pelo que o governo e o PT consideram uma afronta a prerrogativas legais da Presidência Imagem: Alan Marques/Folhapress

Em Brasília

17/03/2016 13h58

O ex-ministro Gilberto Carvalho, que chefiou o gabinete do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, chamou a interceptação e a divulgação de conversas do petista com a presidente Dilma Rousseff e outros aliados de prática criminosa. Ele disse que o juiz Sérgio Moro, que autorizou os grampos, agiu ilegalmente e terá de responder pelo que o governo e o PT consideram uma afronta a prerrogativas legais da Presidência.

"Ele não pode pisar na Constituição e ficar por isso mesmo. Ele não é justiceiro, é juiz. Não perde por esperar", declarou, pouco antes de participar, no Palácio do Planalto, da posse de Lula como ministro da Casa Civil nesta quinta-feira (17). O ato, no entanto, foi suspenso pela Justiça Federal. Carvalho também aparece nas conversas gravadas.

O ex-ministro assegurou que o partido e o governo vão judicializar a questão da divulgação do grampo. "(A prova) Foi colhida ilegalmente e, pior, ele dá publicidade mais ilegalmente ainda. Não tem forma de ele escapar dessa", criticou.

O ex-ministro falou com a reportagem do "Broadcast", serviço de notícias em tempo real da "Agência Estado", antes de a posse de Lula ser suspensa. Há possibilidade de recurso. Ele dizia que os questionamentos eram esperados. "Vai ser judicializada (a posse) e nós vamos vencer todas (as ações). Não tem base, é só desespero. Eles não contavam que o Lula iria aceitar esse papel (de ministro), difícil para ele", afirmou.

Conforme Carvalho, com Lula na Casa Civil, será possível recompor a base aliada e a militância para o governo reagir à crise e fazer frente ao processo de impeachment de Dilma. "Aquilo que aparentemente estava morto tomou força", disse.